TAP-SIS, SIS-TAP, TAP-SIS…

Todo este bruáá tem sido cacofonicamente orquestrado pelos histéricos do costume. Entretanto, empurrado pelos ressuscitados senadores do partido, Balsemão e Cavaco, Montenegro crê vislumbrar a luz, lá longe, ténue e mortiça. A rapaziada da IL, que já se vê a governar, excita-se em desvarios. O "4º pastorinho de Fátima", esse, ira-se, ameaça e barafusta por não o quererem e, dia sim, dia não, oferece-se para um governo onde entraria com os seus pares, para patear, peregrinar, agitar e assustar…

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  • 9:53 | Quinta-feira, 01 de Junho de 2023
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Parece um velho relógio de pêndulo naquela sua síncrona oscilação, ou um veloz ió-ió vertical, ou, porque não, um elíptico boomerang, como aquela carta de conforto assinada por Pinto Luz, ex-governante do tempo de Passos Coelho, a submeter o Estado aos interesses dos privados, segundo o ex-ministro e actual eurodeputado, Pedro Marques.

De concreto, o país vai do Benfica à TAP e pouco mais. Ou antes, há muito mais, mas não é chamativo, não prende a atenção, não agita as abulias…

O governo PS, numa inquietante inabilidade, não desprende de uma sucessão inusual de escândalos. Pare que estão em fila indiana, à espera que uns terminem para outros se lhe sucederem. O que é péssimo, para uma maioria absoluta semi-soçobrante.


A oposição, vazia de ideias e de positividade democrática, cavalga esta onda, uns por revanchismo, outros por populismo, outros por histerismo, outros porque, na banda parlamentar, só têm um bombo para rufar.

A TAP tem sido a maior e mais incómoda pedra no sapato de António Costa. Que parece não o conseguir descalçar para a atirar fora. Dois ministros evidenciaram a sua ligeireza no tratamento de assuntos sérios: Pedro Nuno Santos e o sucessor, João Galamba. Trouxeram para a praça pública uma forma despicienda de governar. Juntaram-lhe como ingredientes Alexandra Reis e Frederico Pinheiro, dois ex-anónimos e secundários funcionários, talvez cheios de “mimo e colinho”. A partir deles desencadeou-se a estrepitosa avalancha que não cessa de ganhar força na sua vertiginosa descida, arrastando à sua frente quanto encontram.

Achar-se-ia a relativa bonança se António Costa exonerasse o ministro que insensatamente não quis sair, cingindo-se ao “se insistirem, eu saio”, seguindo o exemplo do antecessor. Ou então, terá sido o presidente da República que inviabilizou essa saída ao tentar impô-la ao primeiro-Ministro, que achou, e bem, que quem nomeia e demite os membros do seu governo é ele próprio e não o locatário de Belém.

Numa leitura ziguezagueante, mas conjecturalmente admissível, Marcelo Rebelo de Sousa agiu de propósito para encostar Costa à parede, sem margem de manobra, mantendo Galamba e fragilizando o Governo, criando um pelotão de fuzilamento, no qual Costa ficaria com a ordem de “disparar”… sobre os seus.

 

Todo este bruáá tem sido cacofonicamente orquestrado pelos histéricos do costume. Entretanto, empurrado pelos ressuscitados senadores do partido, Balsemão e Cavaco, Montenegro crê vislumbrar a luz, lá longe, ténue e mortiça. A rapaziada da IL, que já se vê a governar, excita-se em desvarios. O “4º pastorinho de Fátima”, esse, ira-se, ameaça e barafusta por não o quererem e, dia sim, dia não, oferece-se para um governo onde entraria com os seus pares, para patear, peregrinar, agitar e assustar…

É o que temos. É o que vai por aí e que Costa não consegue estancar, antes parecendo, a cada dia que passa, mais largura ao rombo dar.

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