Tem sido confrangedor assistir ao carrocel de situações que têm envolvido o Governo.
No entanto, olhando com atenção vemos que temos estado perante uma enorme criação que visa minar a credibilidade da maioria e a dissolução da Assembleia da República.
E quando se vai já na vigésima acusação, se não há uma nova, volta-se a lembrar a oitava antes de se virarem para a vigésima primeira.
Esta enorme operação mediática e política envolve a oposição, vários setores da comunicação social, comentadores e, como não podia deixar de ser, fugas cirúrgicas de segredo de justiça.
Não deixo de assinalar a participação de Marcelo Rebelo de Sousa que foi fazendo declarações incendiárias de efeito lento mas eficazes.
Só veio a remeter-se ao silêncio quando viu as labaredas grandes e face ao recado de que não era ele que demitia os membros do Governo.
Tudo isto porque os aziados com a maioria absoluta não perdoam.
E nestes está claramente o senhor que foi empossado como Presidente da República.
Com efeito, ao pressentir a perda de protagonismo logo tratou de criar um cenário em que fique no “centro do palco”.
Sempre foi um criador de “factos políticos” e sempre teve uma convivência difícil com a verdade.