A International Data Corporation (IDC) estima que o investimento em soluções de Business Analytics & Inteligência Artificial (AI) ultrapassaram os 300 milhões de euros, em 2022, em Portugal. Dentro de dois anos – em 2025 – este mercado deverá apresentar um crescimento anual médio de 18%, ou seja, ultrapassar os 500 milhões de euros.
De acordo com o IDC FutureScape: Worldwide Artificial Intelligence and Automation 2023 Predictions, Versão 2 (agosto de 2022), que monitoriza as tendências nas áreas de software, hardware e serviços de IA nas diversas indústrias, bem como a sua utilização, as empresas devem ter investido 118 mil milhões de dólares em soluções de IA, em 2022.
No período entre 2021-2026, a despesa neste mercado deverá aumentar para 301 mil milhões de dólares, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 26,5%. Este valor é quatro vezes superior à taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 6,3% para as despesas mundiais em TI, no período em análise. Além disso, o software de automatização inteligente de processos (IPA) atingirá 49 mil milhões de dólares, em 2026, o que representa um acréscimo de 19,4% do CAGR no período mencionado.
10 tendências do mercado de IA e automação para os próximos 5 anos
No IDC Future of Intelligence, um evento IDC Portugal que se realizou, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, foi apresentado o estudo “IDC’s Worldwide Semiannual Artificial Intelligence Systems Spending Guide”, que revela 10 previsões para a área de IA e automação, até 2027. Além disso, o estudo descreve ainda os principais fatores que afetam os decisores responsáveis por estas despesas e pela utilização efetiva das soluções associadas.
1ª Previsão: A escassez de talento levará 35% das organizações de TI a investir em competências de IA até 2023, tanto para executar operações de TI automatizadas como para apoiar os utilizadores finais empresariais que adotam soluções de IA e soluções de automação.
2ª Previsão: Até 2026, as funcionalidades orientadas para a IA serão integradas em todas as categorias de tecnologia empresarial e 60% das organizações vão utilizar, ativamente, essas funcionalidades para obter melhores resultados sem depender de talentos técnicos de IA.
3ª Previsão: À medida que os modelos de IA se tornam estratégicos, os responsáveis vão estar mais atentos ao risco e à governação dos modelos. Até 2025, 60% dos CFOs do G2000 pretende incorporar os riscos de IA como parte dos seus programas de risco empresarial.
4ª Previsão: Até 2024, a maioria das organizações aproveitará ferramentas de desenvolvimento sem código para, pelo menos, 30% das suas iniciativas de IA e automação, ajudando a dimensionar a transformação digital (DX) e a democratizar a IA.
5ª Previsão: Até 2026, os modelos de linguagem através de uma grande quantidade de parâmetros, que servem como base para a construção de outros modelos ou aplicações de IA, vão tornar-se um padrão da indústria, sendo desenvolvidos apenas pelos maiores fornecedores.
6ª Previsão: Até 2026, 40% dos modelos de IA vão incorporar múltiplas modalidades de dados, para melhorar a aprendizagem e colmatar as atuais deficiências de conhecimento quotidiano nas soluções de IA de modalidade única.
7ª Previsão: Impulsionados pela componentização das aplicações (conceito relacionado com a arquitetura de software e design de aplicações) e pelos avanços na IA/aprendizagem automática (ML), 25% das empresas G2000 (uma lista que classifica as maiores empresas globalmente) vão desenvolver aplicações criadas com inteligência artificial, até 2027. Essa tendência tem o potencial de causar uma disrupção nos papéis tradicionais de programadores de software.
8ª Previsão: Para acelerar o desenvolvimento da automação e maximizar os benefícios, até 2025, 50% das organizações vão adotar estratégias inteligentes de execução de negócios, acelerando todos os aspetos do ciclo de vida da automação com IA.
9ª Previsão: Até 2026, 75% das grandes empresas vão contar com processos baseados em IA para melhorar a eficiência dos ativos, simplificar as cadeias de fornecimento e melhorar a qualidade dos produtos em ambientes diversificados e distribuídos.
10ª Previsão: Em resposta às preocupações com a sustentabilidade e à incerteza económica, até 2024, 40% do G2000 adotará ferramentas para quantificar, prever e otimizar o custo-benefício do seu ciclo de vida de IA.
“Os investimentos em IA e automação estão na vanguarda da transformação digital das empresas e são vistos como um deflator digital que pode contrariar o impacto da inflação e preparar as empresas para o futuro”, afirma Ritu Jyoti, vice-presidente do grupo, pesquisa de mercado mundial de Inteligência Artificial e Automação e consultoria serviços da IDC.