Festlip_Brasil inicia comemorações de seus 15 anos em Lisboa

Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa participa em Portugal das celebrações pelo Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP e Dia Mundial da Língua Portuguesa, em maio, com espetáculo baseado na obra de Guimarães Rosa

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  • 10:00 | Quinta-feira, 27 de Abril de 2023
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No ano em que completa 15 anos, o FESTLIP_Brasil terá comemoração em dose dupla. Antecipando a tradicional edição anual carioca, que este ano acontece em novembro, o Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa ganha uma edição extra em maio, além-mar, com programação durante três dias em Lisboa, como parte dos eventos das comemorações pelo Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP e Dia Mundial da Língua Portuguesa, no dia 5. A edição portuguesa do FESTLIP_Brasil, que tem coprodução da CPLP – Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, apresenta o espetáculo teatral

A terceira Margem do Rio, de Guimarães Rosa, com direção do diretor brasileiro Paulo de Moraes, em parceria com a companhia portuguesa Teatro Meridional, que acolhe o FESTLIP nas suas instalações nesta jornada internacional. O elenco é formado pela cia teatral Trupe FESTLIP, criada em 2017, a única no mundo composta por atores dos nove países lusófonos – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.


 

O Teatro Meridional será palco de três apresentações do espetáculo, entre os dias 5 e 7 de maio, além de um debate com a participação do elenco, do diretor e de Tânia Pires Abrão, diretora artística do festival. “Mesmo com toda a riqueza da nossa língua, não encontro palavra para significar a parceria e o acolhimento do Teatro Meridional aqui em Lisboa. Desde 2010, na sua primeira participação no FESTLIP, nossas sinergias foram estabelecidas. Eu fiquei encantada com a forma que o Meridional trabalha a dramaturgia, procurando fazer da língua portuguesa um encontro com a sua própria história. Em novembro, será a vez do FESTLIP_Brasil no Rio de Janeiro receber e reconhecer mais uma obra do Meridional. Muitas surpresas virão nessas comemorações”, adianta Tânia, que ressalta ainda a escolha do texto de um dos maiores escritores brasileiros: “É ainda mais significativo levar uma obra de Guimarães Rosa para uma edição internacional do festival, justamente no ano em que o Instituto Guimarães Rosa (equivalente ao português Instituto Camões e ao espanhol Instituto Cervantes) começa suas atividades no Brasil”, destaca.

O espetáculo conta a história de um homem de meia-idade que deixa sua família e amigos para viver isolado em uma canoa no meio de um rio, na região central do Brasil, e jamais volta a pisar em terra firme. Seu único contato com as pessoas acontece através de seu filho Liojorge, que lhe deixa comida na margem do rio. Os anos se passam e a filha Rosário casa com um rapaz da região e vai morar na cidade. O filho também casa, mas decide permanecer com a mãe e continuar levando diariamente a comida para o pai invisível. Quando nasce Nhinhinha, a filha de Liojorge, e que tem poderes mágicos, o rapaz resolve levá-la até a beira do rio para apresentá-la ao pai.

 

PAULO DE MORAES

O diretor, dramaturgo e cenógrafo paranaense Paulo de Moraes, de 55 anos, iniciou sua trajetória artística em 1987, quando fundou a Armazém Companhia de Teatro em Londrina. Radicado no Rio há 22 anos, dirigiu artistas como Paulo Autran, Ana Beatriz Nogueira, Suzana Faini, Louise Cardoso, Fernando Eiras, Malu Valle, Celso Frateschi e Zécarlos Machado, entre outros, além do Grupo Galpão e da Intrépida Trupe. Seus espetáculos percorreram países como Portugal, França, Escócia, Noruega, Uruguai, China e Angola. Como diretor, foi premiado ou indicado aos Prêmios Shell, Molière, APTR, Mambembe, Cesgranrio, Eletrobrás, Cultura Inglesa, Contigo, Qualidade Brasil e Faz Diferença. Em 2013 e 2014, recebeu o Fringe First Award, mais importante prêmio do Festival de Edimburgo, na Escócia, por A marca da água e O dia em que Sam morreu. Destacam-se ainda em sua carreira A ratoeira é o gato (1994), Sob o Sol em meu leito após a água (1997), Alice através do espelho (1999), Da arte de subir em telhados (2001), Pessoas invisíveis (2002), Toda nudez será castigada (2012), Jim (2013) e Hamlet (2017).

 

TEATRO MERIDIONAL

O Teatro Meridional é uma companhia portuguesa vocacionada para a itinerância que procura nas suas montagens um estilo marcado pelo protagonismo do trabalho de interpretação do ator, fazendo da construção de cada objeto cénico uma aposta de pesquisa e experimentação. As principais linhas de atuação artística do Teatro Meridional prendem-se com a encenação de textos originais (lançando o desafio a autores para arriscarem a escrita dramatúrgica), com a criação de novas dramaturgias baseadas em adaptações de textos não teatrais (com relevo para a ligação ao universo da lusofonia, procurando fazer da língua portuguesa um encontro com a sua própria história), com a encenação e adaptação de textos maiores da dramaturgia mundial, e com a criação de espetáculos onde a palavra não é a principal forma de comunicação cénica. Companhia fundada em 1992, realizou até à data 67 produções, tendo já apresentado os seus trabalhos em 21 países – Angola, Argentina, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, EUA, França, Itália, Jordânia, Marrocos, México, Paraguai, Roménia, Rússia, São Tomé e Príncipe Timor, Uruguai – para além de realizar uma itinerância anual por Portugal continental e ilhas. Os trabalhos do Teatro Meridional já foram distinguidos 34 vezes a nível nacional e 11 a nível internacional, dos quais se releva o Prémio Europa Novas Realidades Teatrais, 2010.

 

 

 

Ficha Técnica:

Texto: Guimarães Rosa

Diretor: Paulo de Moraes

Direção Musical: Ricco Viana

Curadoria e Direção Executiva: Tânia Pires Abrão

Figurino: Carol Lobato

Criação Luz: Paulo de Moraes

Produtora Local Portugal: Silvia Rebelo

Parceria e Acolhimento: Teatro Meridional

Produção: FESTLIP

Coprodução: CPLP

Realização: Talu produções

Elenco:

Angola – Erica Chissapa

Brasil – Leonardo Miranda

Cabo Verde – Naty Martins

Guiné-Bissau – William Ntchalá

Guiné Equatorial – Mirella Aracil

Moçambique – Horácio Guiamba

Portugal – Susana Vitorino

São Tomé e Príncipe – Rossana Prazeres

Timor Leste – Moisés dos Santos

Programação FESTLIP_Brasil 2023

Lisboa – Teatro Meridional

      Dias 5 e 6 de maio, às 21h e dia 7, às 16h

Espetáculo Teatral A Terceira Margem do Rio

De: Guimarães Rosa

Direção: Paulo de Moraes

Com: Trupe FESTLIP

Horário de abertura do Teatro / Bilheteira ao público: 1 hora antes do espetáculo

Preços:  normal 12€ / <25 anos | >65 anos Estudantes | Grupos >10 pessoas 8€ / Pessoas com Deficiência, Profissionais de Artes Cénicas 6€ / Estudantes Formação de Artes Cénicas (apenas na sessão de domingo) 3€

Transmissão ao vivo: Plataformas do YouTube e Facebook do  FESTLIP

Dia 7 de maio, às 17h

Debate “Mídias criativas:  fluxo na mobilidade da arte”

A trupe FESTLIP (atores dos 9 países falantes do português), o diretor brasileiro Paulo de Moraes e a diretora artística do Festival, Tânia Pires Abrão, abrem uma roda de conversa com o público para trocas sobre o processo de criação e os novos caminhos da mídia criativa na arte.

Reservas e Bilheteira | bilheteira@teatromeridional.net

Telefone: (+351) 91 999 12 13 –   Horário de abertura do Teatro/Bilheteira ao público | 1 hora antes do espetáculo.  Entrada gratuita com reserva.

Teatro Meridional

Rua do Açúcar, 64 Beco da Mitra – Poço do Bispo 1950 – 009 / Lisboa – Portugal

Reservas e bilheteira: bilheteira@teatromeridional.net

Telefone: (+351) 91 999 12 13

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