As juras de amor primeiro,
a abrir caminho a um beijo
como Judas traiçoeiro,
para convencer o meu bem
do meu divino desejo.
E tu, abrindo os braços
em cruz, dizes-me: Vem!
Joguemos o banido jogo
até à consumação do pecado!
Toma amor, a proibida fruta…
E eu, num incontido amplexo,
cravo-te o corpo ao madeiro,
altar sacrificial da paixão,
no doce martírio de suor e fogo
que espoleta a combustão do sexo.
Extenuado pela explosão abrupta,
jazendo nu e a ti abraçado,
qual sudário de Cristo no calvário,
creio na “pequena morte” e na
ressurreição,
no mistério do amor e nos milagres da luta!
Viseu, 9.04.2023 (Domingo de Páscoa)
Carlos Vieira e Castro