A 24 de Março deste ano, o Governo apresentou um pacote de “medidas de resposta ao aumento do custo de vida” no montante de 2,5 mil milhões de apoios adicionais. O que não é seguramente uma bagatela.
A redução do IVA dos bens alimentares essenciais com 410 ME, o apoio à produção agrícola com 140 ME, o reforço do subsídio de refeição com 250 ME, o aumento extraordinário dos trabalhadores das AP com 195 ME, o apoio às famílias mais vulneráveis com 580 ME, mais habitação e outras medidas com 900 ME…
Neste país de descontentes, de necessitados, de especuladores e de opositores a tudo e ao seu contrário, ouve-se o coro das crónicas carpideiras a lamuriar-se que é pouco, que é nada, que mais valia estarem quedos… vêm os produtores e lastimam-se, vêm os intermediários e gemem, vêm as grandes superfícies e pranteiam-se, vem o povo e exausto de ouvir lástimas, gemidos e prantos, encolhe sofrido os esquálidos ombros e, como o Zé Povo do Bordalo, faz um expressivo manguito e volta costas às rogadas pranteadeiras, coçando o cotão dos bolsos e apertando mais um furo no cinto, ciente de que assim tem de ser para os obesos mais um alargarem.
Contritos, condoídos, ao lado do povo (dizem eles…) açulam a contristação e acenam com a felícia do vota em mim que sou a solução.
Aliás, esta semana, em Israel e na França, Netanyahu e Macron, foram dois dos inúmeros arautos do fortúnio que mostraram ao que vinham, o que queriam, a quem serviam…