As violações sexuais, ao que parece, aumentaram 30%, em Portugal, nos últimos anos.
Tudo aumenta neste cantinho, menos o que tanta falta nos faz… É um acréscimo significativo que deve deixar cair por terra o já há muito desajustado epíteto de gente de brandos costumes. Quando dá para o torto, somos como os outros…
É avisado ter em conta que os predadores sexuais tanto se escondem em mentes sombrias de gente pacata, absolutamente insuspeita, como se expõem na cara de monstros descarados, sempre de desconfiar.
O parlamento divide-se, por ora, na tipificação deste crime horrendo. Crime público, não carecendo de participação para o processo correr? Sim, penso que sim, por todas as razões e mais duas, que podem levar a que o crime fique no silêncio e impune: a vergonha da vítima e o receio de represálias que venham da parte do agressor. São motivos que podem fazer inclinar o prato da balança para quem reclama a denúncia como condição, mas julgo que a atrocidade do acto justifica plenamente que basta o conhecimento para que a justiça faça o seu caminho.
Este é mais um dos crimes bárbaros que proliferam na sociedade, a maior parte sem sair do anonimato por pudor e por medo. Por tudo isso, assinaria de cruz qualquer petição que fosse no sentido de considerar a violência sexual como um crime público. Se a violência doméstica já o é, e bem, não sei por que razão este outro não deve sê-lo também.
Só de pensar na prática suja e nojenta, dá ganas de meter essa gente na cadeia, em prisão preventiva. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, mas tenho para mim que o Direito Penal português é demasiado garantístico dos direitos dos arguidos, e com isso protege muitos facínoras.