Saiu no mês de fevereiro o nº 5 da revista da freguesia do Touro, “Burel”. Desde o seu primeiro número que, despertados pela sua qualidade gráfica e de conteúdos, tínhamos intenções de falar com Mário Jorge Morgado, o presidente da junta que acalentou esta ideia e a concretizou com edição e textos do jornalista Amadeu Araújo.
Mas não só a”Burel” chamou a nossa atenção, também a dinâmica, a modernidade e a interacção com seus fregueses, nos nutriu a curiosidade para saber mais sobre este jovem e empenhado autarca da nova geração. E vai daí… fomos a um “à conversa com” que aqui deixamos aos leitores.
Quem é o Mário Jorge Morgado?
O Mário é um jovem, que vive e trabalho Touro, envolvido na Gestão de uma empresa na área do design de interiores e na construção e que, querendo o melhor para a sua Freguesia, decidiu candidatar-se e mereceu o apoio do Povo.
De onde lhe vem o desejo da política autárquica?
Desde novo, quando estudante e com o envolvimento nas lides políticas percebi que podemos melhorar a sociedade, começando pelo sítio onde vivemos. Tem sido um desafio, não é fácil, mas as alegrias compensam as frustrações. É possível aos jovens desenvolverem as suas terras e terem voz ativa na política, em prol do bem comum.
Quais os seus contributos para com a freguesia do Touro desde que é seu presidente da Junta?
Começamos com uma nova imagem, aproveitando a ponte que cruza o Touro e apostámos na natureza, património e atividades do setor primário, agricultura e floresta.
Dentro do seu plano de actividades, a curto, médio e longo prazo, que lhe falta cumprir?
Muito, este é um projeto nunca acabado, mas pela proximidade destaco uma cozinha regional, certificada e homologada com todas as condições, para a produção de fumeiro que possa ser comercializado pelos fregueses do Touro, mantendo tradição e gerando receitas.. na area da natureza destaco a construção de umas piscinas Biológicas e a criação de um centro de Valorização do Turismo de Natureza, amarrando o rio, o parque urbano e a Rota do caldeirão
Como nasceu a revista “Burel”?
A Burel nasceu para comunicar a Freguesia de Touro, por isso fazemos questão de mencionar todas as aldeias, com um olhar positivo sobre aquilo que no nosso entendimento é o melhor que fazemos e para preservar memórias e homenagear os Fregueses do Touro.
Quais os seus objectivos?
Ser um veículo de conhecimento, promoção e ligação da comunidade de Tourenses.
Qual é para si e para o Touro o significado do Prémio Autarquia do no, 2022, na categoria Cultura e Património, sub-categoria Conservação do Património?
Mostrou, sem falsas vaidades, que o caminho que escolhemos é acertado.
A aposta na cultura é uma forma de valorização do território. Em que medida? Qual o retorno?
Recuperar património, material e imaterial, traz, e já o sentimos, pessoas à Freguesia, que dinamizam a atividade económica, o turismo. Por outro lado, um povo com acesso à cultura torna-se mais exigente e é isso que desejamos.
Nos 5 números da revista “Burel” há frequentes citações de Aquilino Ribeiro e do Cónego Fonseca da Gama. Porquê?
São duas personalidades com as quais nos identificamos. Aquilino pela luta que travou em defesa do desenvolvimento das “Terras do Demo”, o Cónego Fonseca da Gama pelos estudos que realizou. É uma forma de mostrar, como passados tantos anos, o seu pensamento continua necessário, para refletir e apontar caminho.
Quantos habitantes tem a sua freguesia? Tem-se verificado um recuo demográfico acentuado?
Temos 819 habitantes, números do Censos 2021, a demografia é um problema, mas estamos com medidas para inverter esse declínio e, dando um exemplo, na agricultura e pecuária, são já alguns os jovens que aqui regressam, para aqui viver e trabalhar. Há ainda trabalhadores remotos, que aqui residem e daqui trabalham.
Qual é o panorama geriártrico da freguesia?
Temos uma população envelhecida, mas temos um lar, há serviço de apoio domiciliário, atividades de saúde e bem-estar a pensar nessa franja da população que estimamos e com quem aprendemos muito.
Quais as principais riquezas deste “seu” território? Que outras gostaria de ver desenvolvidas?
A paisagem é o principal ativo da Freguesia, tudo gira em volta do ecossistema e da sua preservação. As energias alternativas são outra área e, creio que podemos dar passos para efetivar um turismo de natureza responsável.
Há condições de empregabilidade para a fixação dos mais novos?
Temos alguma indústria, há a agricultura e a pecuária, alguns empreiteiros e serviços. Temos que saber cuidar das oportunidades para atrair mais população e rejuvenescer estas gentes, estoicas e fazedoras. O Turismo, a natureza e atividades relacionadas permitem manter viva essa esperança.
Quantos emigrantes tem esta freguesia? Em quais países?
Todos temos uma ligação com a emigração, ou por temporadas, na fruta e nos gelados por exemplo, ou como radicados. Teremos várias centenas de e emigrantes, alguns na terceira geração em países com Alemanha, França e Suíça.
As eólicas que vemos no nosso horizonte representam riqueza energética para o país. E para o Touro?
Um rendimento importante que é parte do Orçamento com que projetamos e desenvolvemos toda a Freguesia, sem esquecer nenhuma aldeia. E com o qual conservamos património, como estamos a fazer com as escolas primárias, que estavam fechadas e agora recuperamos e colocamos ao serviço da Comunidade.
Qual o futuro autárquico do Mário Jorge Morgado?
Estou bem como Presidente de Junta e muito orgulho no Touro. O tempo é de fazer e sonhar, um dia pensarei nisso…
Um sucinto CV…
Desenvolvo atividade profissional na Gestão de uma empresa na área do design de interiores, construção e reabilitação.
Na política estive envolvido com a Juventude Socialista, de quem fui coordenador dos jovens autarcas no Distrito de Viseu.
Estou a cumprir o meu segundo mandato como Presidente de Junta de Freguesia, a recuperar uma velha habitação para residência familiar e feliz por poder ter regressado ao Touro depois dos estudos e aqui desenvolver a minha atividade profissional.