Dependendo do lado da barricada em que se está, as designações dadas ao opositor revestem cargas semânticas diversas. O mesmo acontece com o terrorismo.
Se formos a um motor de busca, à procura da sua etimologia deparamo-nos com verbetes deste tipo:
1. modo de impor a vontade pelo uso sistemático do terror;
2. emprego sistemático da violência para fins políticos, especialmente a prática de atentados e destruições por grupos cujo objetivo é a desorganização da sociedade existente e a tomada do poder;
3. regime de violência instituído por um governo;
4. (Derivação: por extensão de sentido): atitude de intolerância e de intimidação adotada pelos defensores de uma ideologia, sobretudo nos campos literário e artístico, em relação àqueles que não participam de suas convicções.
Se o “terrorismo” ganhou uma amplitude global imensa com o 11 de Setembro, certo é que ele é quase tão antigo como a mais velha profissão do mundo…
A seguir ao terrorismo vem a artificiosa construção das teorias da conspiração e vem mais, o pretexto para incrementar toda a espécie de medidas repressivas e dar biliões a ganhar à indústria do armamento, vigilância, quejandos e similares que chegam sempre depois da instauração de “estado de sítio”.
“O terrorismo é uma estratégia militar que visa afectar a situação política espalhando o medo, em vez de provocar danos materiais.”, escreve Yuval N. Harari, in “21 Lições para o Século XXI”
O medo, quando generalizado a uma população inteira e quando potenciado por acções “cirúrgicas”, potencia o pânico com toda a irracionalidade que consigo carreia. Há partidos políticos a aproveitarem-se (a soldo de quem?) muito bem de situações deste teor.
A utilização de vírus (a covid19?) para desencadear doenças mortais e pandemias de “sucesso”.
O agroterrorismo, em síntese, consiste numa utilização deliberda e malévola de bioagressores. E eles hoje revestem inúmeras formas, que vão desde certas transgenias à engorda química e acelerada de animais para consumo humano, à destruição da floresta amazónica, etc.
O ciberterrorismo é, grosso modo, o ataque, via internet, a computadores de uma determinada infraestrutura visando a sua paralisação ou danos efectivos inquantificáveis, sociais, ideológicos, religiosos, políticos, etc. Hoje, pode-se paralisar uma rede de transportes aéreos, marítimos ou terrestres atacando os seus servidores e os seus sistemas, provocando a paralisação de um país, por exemplo.
Quanto ao terrorismo nuclear, consiste essencialmente na utilização de bombas radiológicas, armas nucleares, ataques de centrais nucleares, lixeiras radioactivas, etc.
Segundo alguns historiadores, a utilização de algumas destas tácticas de destruição remontam ao século VIº aC, quando os Assírios envenenavam as cisternas dos seus inimigos com esporão do centeio, uma toxina violenta. Ou quando, em 1346 os turcos Tatars, durante o cerco de Caffa, na Crimeia deitavam cadáveres pestíferos por cima dos muros da cidade para infectar os sitiantes. Pandemia que se alargou a toda a Europa (a Peste Negra). No século XV o conquistador espanhol Pizarro, visando enfraquecer e dominar os Índios da América do Sul, ofereceu-lhes roupas contaminados com varíola. (Fonte Wikipédia).
Quanto à modernidade, basta-nos olhar para Chernobyl, para as “vacas loucas”, para o SARS-CoV-2, para o que se passa na Ucrânia com a tentativa de controle das centrais nucleares por parte das forças russas, para percebermos que o terrorismo não vem apenas do Estado Islâmico, da Al-Qaeda, da ETA, do IRA, do Boko Aram, das FARC, dos Talibã, Hezbollah, Hamas e Al-Shabab… ele pode estar guardado num laboratório em qualquer remoto ou urbano lugar do mundo, à espera do momento exacto e oportuno para disseminar o seu “veneno” sobre milhões de inocentes civis…
(foto DR)