Muito barulho se tem feito em torno da Copa do Mundo da Fifa Catar 2022.
Por decorrer nesse emirado absolutista do Golfo Pérsico onde o petróleo e o gás natural são uma maná extraído das areias quentes do deserto, onde a charia (mistura de direito civil e de direito islâmico) rege o país com mão dura, onde a mulher é considerada um ser humano de 2ª categoria, onde os homens podem ser poligamos, a pena de morte existe, a flagelação, o açoitamento e a lapidação são vulgares, a homossexualidade é punida com a pena capital, outros cultos religiosos são proibidos e os Direitos Humanos são letra morta.
Recordemos que nos últimos anos Michel Platini, presidente do futebol europeu, exerceu forte influência na FIFA presidida por Joseph Blatter, que foi suspenso e banido por envolvimento em sucessivos escândalos e numerosas acusações de corrupção. A FIFA tem agora como presidente o advogado italo-suíço Gianni Infantino.
Michel Platini que se viu a braços com a justiça e que, a pedido do presidente francês de então, Sarkozy, terá movido as suas influências e os seus 5 votos a favor da escolha do Catar (que comprou 70% da equipa do Paris Saint Germain – PSG), alegadamente a troco de venda de aviões de combate pela França e de um emprego a seu filho Laurent Platini, com um salário de 150.000 euros.
O Qatargate o Fifagate, etc., onde milhares de milhões se movem com ambiguidade, abastança e ligeireza, têm vindo ao de cima e dado a perceber alguns dos ziguezagueantes meandros do futebol enquanto desporto rei, multimilionário e atractivo para gente desprovida de escrúpulos.
Neste apontamento do MEDIAPART pode ler (em francês) acerca de alguns destes escândalos:
A questionação indignada sobre os Direitos Humanos nesse país está ressessa. A Taça do Mundo começa hoje e os milhares de operários mortos em busca de uma vida melhor, os desastres ecológicos, a corrupção e os escândalos que lhe subjazem, se não se lavam com petróleo poderão purificar-se com milhares de milhões de euros, muitas vezes sem cor nem cheiro.
(Fotos DR)