Tenho para mim que as prioridades dos nossos políticos fizeram o pino e estão ao contrário do que manda a natureza e a boa ordem das coisas.
Como se tal coisa fosse do que mais carece o português médio.
Em vez de se preocuparem em tomar medidas que estanquem a perda do poder de comprar, que aliviem a pressão nas urgências, que acabem com as filas de espera no diagnóstico e nos tratamentos de doentes oncológicos, perdem-se por esses caminhos frios e brumosos, o que lhes dá jeito para se esconderem os seus fracassos e fugirem às responsabilidades assumidas nas sempre divertidas, quase apalhaçadas, campanhas eleitorais.
Tresanda a miopia e a desfaçatez, esta teima em andar ao contrário do vento que cada vez mais fustiga as nossas vidas.
Tanta coisa mal feita e tanta solução mal desenhada fede a incompetência e a cegueira. E se não é de propósito, parece…
Da minha parte, já deixei de acreditar nos partidos do sistema, anquilosados, fechados, enredados, velhos.
Anseio por um salvador que, mesmo de tamancas, capa de burel e varapau de cerejeira, vindo da serra ou lá das bandas do sol-posto, vacinado contra esquemas, intrigas e expedientes, ponha ordem nesta choldra que tresanda a bafio.