Estes últimos anos têm sido pródigos em dar ao mundo polémicos líderes políticos.
Vladimir Putin, Donald Trump, Jair Bolsonaro, Boris Johnson… pela negativa, deixarão para sempre o seu nome na História negra da política mundial.
Ultrapassando a excentricidade dos seus actos, Boris Johnson, o ultraliberal conservador do Reino Unido, ficará com o Brexit no CV. Brexit cujas sequelas populistas e divisionistas levaram à saída da EU e ainda estão para apurar na sua mais lata abrangência.
Os três primeiros agarrados ao poder como lapa à rocha, cientes de que enquanto lá estiveram garantiram a total imunidade aos seus actos, à admitida cleptocracia, à permitida corrupção, às convenientes fugas fiscais, etc.
Trump, um “incendiário” populista conservador conseguiu dividir os EUA e implementar uma duradoira ideologia baseada no ódio e na violência.
Putin não sai do poder. Persegue e prende os dissidentes e os opositores. Rodeou-se dos mercenários Wagner – tropa de elite financiado por um dos seus protegidos oligarcas – que o tornaram praticamente blindado à “prova de bala”.
A invasão da Ucrânia e o que daí tem decorrido para a Europa e o planeta em geral, fizeram das megalómanas ideias expansionistas-imperialistas deste déspota uma ameaça global.
Bolsonaro saiu a custo depois de mostrar ao mundo quão difícil é ser derrotado, aceitar a derrota e conviver com a democracia. Deixa um grande país dividido e difícil de governar. E um score de mortes pela pandemia assustador.
A este “quarteto maravilha” deveremos juntar o 5º player… o líder norte coreano Kim Jong un, que se assemelha a um menino grande e anafado a brincar com armas nucleares em vez de legos, tendo ao alcance da sua insânia uma capacidade destruidora apocalíptica.
Estranhos vão os tempos que geram tais criaturas. Há poucas décadas tivemos Pinochet, Franco, Mussolini, Hitler, Estaline e tantos outros. Se a memória não fosse tão curta, deveríamos todos ter ficado vacinados contra estas abencerragens. Mas, infelizmente, numa relação de causa efeito, depois deles outros vieram que deram azo ao seu ressurgimento.
A título de mero exemplo leiamos Antonio Scurati, “Mussolini o Filho do Século” (Asa, 2 v.), para percebermos que o fascismo não surge em Itália caído do céu aos trambolhões…
(Cartoons DR)