O medicamento Ozempic 0, 25 mg, recomendado para o tratamento da diabetes tipo 2, e só vendável com prescrição médica, está esgotado nas farmácias desde o Verão.
Muitos doentes sofrem com a interrupção da sua toma, agravando a doença de que padecem.
No meu fraco e singelo juízo, entendo que, num país civilizado, para doenças crónicas só circunstâncias muito excepcionais justificam haver ruptura nos “stocks”.
Está estimado que 30% a 40% das receitas passadas se destinam a pessoas que, por razões estéticas, de imagem, e do culto do corpo bem torneado, optam pelo seu consumo.
O custo do medicamento é de 120€, e tem uma comparticipação de 90%. E para eficazes antidepressivos, anticoagulantes e reguladores da tensão, as comparticipações são ridículas, a roçar o vergonhoso.
Já me parece mal que se desvirtue a finalidade do medicamento, mas afigura-se-me imoral que o Estado, comparticipando, se associe à vaidade de uns quantos, desbaratando recursos.
Custa que o Estado se preste a este papel de ignorante dos desvios, mas dói mais saber que para haver agora remedeio teve de ser a comunicação a levantar o véu que escondia o escândalo e o benefício de uns tantos.
E depois o SNS dá prejuízo. Pois dá…