Rebelo Marinho, ou melhor Joaquim Manuel Rebelo Marinho, para mim o “Necas” desde o tempo das carteiras da escola primária e do nosso comum mestre, o senhor professor Martins Pereira, apresentou ontem no Sátão o seu terceiro livro.
Desta feita, afastou-se da ficção romanceada de “O Carteiro” e “O Bastardo” e brindou-nos com uma monografia, no sentido de dissertação sobre um concelho, o de Sátão, conferindo, como o título anuncia, prevalência e relevo às suas gentes. “Gentes da nossa terra”…
Com esse objectivo e focado na sua “geografia sentimental”, na sua cartografia também de afectos feita, na memória que preiteia, ergueu ao palco do sentimento meia centena de nomes que o seu discernimento lhe ditou.
O cine teatro municipal do Sátão encheu-se. Acudiram as gentes da nossa terra e à apresentação conferiu-se a dignidade merecida.
Desfilaram ranchos folclóricos, grupos corais, tunas, briosos e afinados em síntonas coreografias.
Rebelo Marinho rematou. Fê-lo de forma certeira e afectuosa, ali consubstanciando, coma sua vivaz retórica, a essência deste seu testemunho, que se alargou em festiva romaria por velhas histórias e tradições e História, turismo e lazer.Pelo Sátão, terra e gentes…
São 457 páginas de evocações e relembranças, de tributos e preitos vários, de reminiscências perdidas convocadas ao palco da homenagem.
Para que o esquecimento não anule definitivamente quantos, quando nós também passarmos, as brumas de Cronos apagarem…