Pedro, Pizarro & Abrunhosa, Associados

O governo usa e abusa das relações promíscuas e escandalosas, com os seus titulares, que fizeram juramento de honra, no acto de posse, a chamarem a parentela para a gamela dos negócios.

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  • 20:19 | Segunda-feira, 10 de Outubro de 2022
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São já de mais os casos de incompatibilidades que este governo apresenta sem que rigorosamente nada lhe aconteça, salvo uns açoites da opinião pública, visíveis nas sondagens que vão indiciando uma quebra na aceitação e confiança.

O poder tem o condão de fazer crer que tudo se pode fazer, e como o escrutínio vale o que vale, e dele resultam poucas consequências, o governo vai aguentando as pancadas, almofadado numa maioria que, quando é absoluta, é ainda mais seguidista e amorfa.

O triste é que o PR ameaça, ameaça, mas as suas palavras são isso mesmo, palavras que dão títulos, mas que o vento leva, inconsequentes.

O governo usa e abusa das relações promíscuas e escandalosas, com os seus titulares, que fizeram juramento de honra, no acto de posse, a chamarem a parentela para a gamela dos negócios.


Às vezes, são pais, até primos afastados, mas também se dá o descaro de os cônjuges estarem às escâncaras no friso dos beneficiados.

Chega a ser chocante e pungente ver que as virtudes da República sejam torpedeadas de modo tão exposto. Não é o valor, é a atitude, não é a lei, é a moral, não é o prejuízo, é o desprezo.

Depois, descoberta a patranha, resolve-se o caso, o que só revela que os governantes fazem vista ao que a lei estipula, e só se dão à canseira de corrigir depois de desmascarados.

Em Portugal, vale a pena ser político, mesmo que a fazenda do fato seja de fraca qualidade. É que nunca lhes acontece nada. Têm o passaporte da impunidade.

É pegajosa esta maleita, e só se cura a ferida quando purgada de todo o pus que lhe dá forças.

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Publicado em Opinião