Quando não se tem palavra…
Mas como os tempos são outros e a desfaçatez é tanta, que já era altura de os responsáveis serem chamados à atenção quando exageram na mentira e se marimbam para as consequências do que dizem e/ou fazem.
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Rebelo Marinho
Durante o ano que faz caminho, e se aproxima do fim, o PM António Costa, o político que berra aos quatro ventos que palavra dada é palavra honrada, procurando convencer-nos da sinceridade do seu hilariante verbo, derreteu-se em tiradas do género, que reproduzo: “Iremos cumprir a fórmula de cálculo de actualização das pensões”. “Significa que para o ano de 2023 haverá um aumento histórico do valor das pensões”. “Não há a mínima dúvida de que iremos cumprir a fórmula de cálculo de actualização das pensões que existe desde a reforma de 2007. As leis existem para serem cumpridas”.
E ainda tem o topete de o fazer com o semblante risonho como se nada tivesse passado, e estivéssemos todos a beber umas “bejecas” e a comer uns “minuins”.
Regozija-se com soberba, e esconde-se das culpas. É próprio dos fracos.
No mínimo, devia pedir desculpa pelos sucessivos incumprimentos, ou então ser mais comedido na palavra, mais cauteloso nas promessas, mais sóbrio nas garantias.
As cãs que ostenta, que, normalmente, nos remetem para a respeitabilidade, a isso o obrigavam.
Portugal tem uma triste tradição na impunidade que confere aos políticos. Todos.
Mas como os tempos são outros e a desfaçatez é tanta, que já era altura de os responsáveis serem chamados à atenção quando exageram na mentira e se marimbam para as consequências do que dizem e/ou fazem.
Célito serve para quê? Ao menos, que para uns valentes puxões de orelhas, mesmo no recato das quintas-feiras. Podia ser que o homem aprendesse.
(Fotos DR)
