O PSD é um partido solidário com os seus “guerreiros” que são postos na reserva.
Raro é o ex-autarca que, não sendo o PSD governo e com a possibilidade de uma nomeação política para uma discreta (ou não) sinecura doiradinha, não encontre acolhimento numa qualquer autarquia vizinha.
A Câmara Municipal de Viseu foi porto de abrigo para ex-autarcas de edilidades vizinhas, Penalva do Castelo incluído.
Desta feita, o ex-vereador da Câmara de Oliveira de Frades, Paulo Antunes, quando o seu presidente Luís Vasconcelos perdeu a autarquia, acabou por vir a convite do ex-edil viseense servir o município como chefe de gabinete de apoio à presidência. Lugar que preservou e manteve com o actual autarca Fernando Ruas.
Até aqui tudo não passaria de uma prática há muito implementada, se eticamente questionável, também consensual nos meandros da fraternidade política, e, sem sururus intempestivos, o tempo fluiria sereno e discreto por entre esta clubite amistosa.
Há muito que sobre este assunto se falava. A Justiça chegou. Naturalmente, há que aguardar pelas suas decisões.
Com Luís Vasconcelos está também acusado pelo MP o seu ex-vereador e homem de confiança, Paulo Antunes, o actual chefe de gabinete de Fernando Ruas, o qual talvez até ignorasse toda esta “embrulhada”.
Tem o benefício da dúvida, embora em terras tão pequenas e com todo o privilegiado acesso à informação seja difícil acreditar que, eventualmente, desconhecesse os factos. Parcial ou totalmente.
Há, contudo, que deixar a Justiça chegar a conclusões, ficando Paulo Antunes no equívoco e incómodo papel de suspeito, até que dias melhores o ilibem ou, piores, o condenem, deixando sempre e para todos os efeitos o anátema da mácula.