O PCP anda desnorteado com a questão da Ucrânia e com a cerrada e bizarra legitimação que tenta fazer a todo o custo dos criminosos actos de Putin.
Putin, um ex-comunista pouco convicto, antigo membro da tenebrosa KGB, um ultra-nacionalista assanhado, imperialista desvairado, capitalista deslumbrado, sanguinário cruel, cínico e mentiroso.
Exemplo dessa “legitimação” é António Filipe, o ex-deputado do PCP e ex vice-presidente da AR, que acerca da intervenção que hoje Zelensky fará, por vídeo conferência, na AR, tuítou com infeliz inspiração:
“Talvez alguém convide amanhã o Mário Machado para estar presente nas galerias. Os amigos são para as ocasiões.”
Por seu turno, e sobre o mesmo assunto, o PCP tornou público:
“Zelensky personifica um poder xenófobo e belicista, rodeado de forças fascistas e nazis.”
Esta tentativa de colar o legitimado presidente ucraniano a movimentos neo-nazis é também válida para os existentes movimentos desse espectro ideológico acarinhados por Putin, como o Wagner Group e o Movimento Imperial Russo (RIM), entre outros, grupos de supremacia branca de extrema-direita sedeados em São Petersburgo, classificados como “Terroristas Globais Especialmente Identificados” pelos EUA, que não têm grande autoridade para, nessa matéria, acusar quem quer que seja. Esses grupos neo-nazis, numa estranha dualidade, não são considerados pelo PCP como nocivos à democracia…
Em boa verdade, esta tentativa de “caução nobre” assenta num “real cínico” desvendado por Medvedev, o ex-presidente fantoche de Putin: “criar uma Eurásia aberta, de Lisboa a Vladivostok”, assim como noutros factores de cariz económico e de estratégia geopolítica.
Aliás e curiosamente, um dos carniceiros de Hitler, Heinrich Himmler, o Reichsführer das Schutzstaffe (SS), também acalentava esse ideal da Eurásia…
Quanto ao PCP, que foi um partido relevantíssimo na história política portuguesa do século XX, actos deste teor e seus sucedâneos, relegam-no para um descrédito quase total.
(Fotos DR)