Recordo uma entrevista que fiz ao ministro da tutela (MAI), Miguel Macedo, e de o ter questionado sobre esta matéria. Respondeu-me que queria fazer das estradas de Portugal as mais seguras da Europa. Pareceu-me bem.
E de facto grande tem sido o investimento em veículos descaracterizados, radares sofisticados, uma parafernália de equipamento para agilizar a obtenção da coima.
O português, talvez fruto da sua mentalidade e latinidade tem uma tendência grande para a prevaricação, nomeadamente quando ao volante.
Frequentemente, dentro das cidades, nas passadeiras, há atropelamentos graves e mortais.
Os 50 km/h impostos nas cinturas externas são facilmente incumpridos. Parece que há uma tolerância. De 10 km/h, dizem. As passadeiras nessas circulares são necessárias. As alternativas, como pequenas pontes não são acessíveis a todos os utentes. Por vezes, em certos sítios dessas circulares, é quase uma aventura atravessar numa passadeira….
Porém, hoje, o afã da multa deixa um pouco, também a ideia, de que ela serve para encher os cofres do Estado e das restantes entidades. Para fazer dinheiro. Ao abrigo da dita defesa do peão e dos restantes utentes da estrada.
É que apesar de tudo, 60% do dinheiro obtido com as multas segue para o Estado. 20% são para a entidade instrutora do processo (Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária) e os restantes 20% ficam com a entidade que fiscalizou, seja a PSP, seja a GNR. E hoje, mais do que nunca, eles fecham postos da GNR mas estão na estrada…
E se não fechassem serviços nos hospitais; e se não encerrassem centros de saúde; e se não aumentassem, todos os dias os impostos… até daríamos a Miguel Macedo o benefício da dúvida. Assim, a filantrópica ideia da preocupação com os portugueses vai pelo cano abaixo…