Há muito que o futebol é considerado o desporto rei. De um desporto com esse estatuto e com o número de seguidores que tem, se espera e exige que seja modelar, transmissor de elevação, boas práticas, dignidade, educação, desportivismo, ética, civismo e respeito pelos fãs.
Os jogos mais importantes entram-nos casa dentro nos horários mais nobres do dia. Crianças e jovens, ao lado de adultos, vibram com a emoção dos lances no relvado.
Os seus dirigentes, que tanto se esforçam e porfiam em sê-lo deveriam ter a conveniente e digna postura. Os treinadores, pagos a preço de ouro, deveriam saber comportar-se. Os jogadores, pagos muitos deles a milhões, deveriam saber estar em campo. Estar em campo não é só saber chutar, driblar e rematar. É mais, muito mais. Os árbitros, a um determinado nível, deveriam passar por um apertado filtro de testagem de competências, de psicologia, de disciplina e de princípios.
Dirigentes corruptos, caídos nas malhas da justiça, claques violentíssimas, treinadores que quando não fanfarroneiam nos ecrãs, iracundos vociferam pragas, jogadores a quem a tampa salta à mínima contrariedade, árbitros submetidos a factores exógenos ao jogo.
No meio disto tudo a FPF, parece cega, surda e muda. Do governo, que tem um secretário do Desporto, com receio de irritarem as claques, nem um pio.
Não são todos iguais e injusto será fazer da árvore floresta. Porém, duas equipas de topo, o FCP e o SCP precisam de rever as más posturas que estão a fazer deles aquilo que não são: um mau exemplo nacional.