No actual palco político do país, os principais partidos, na avidez do poder, digladiam-se fratricidamente.
No CDS/PP a luta desencadeou-se entre o actual presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos e o euro deputado Nuno Melo, a ponto deste acusar aquele de “tentativa de golpe de estado institucional” e prometer levar o caso às últimas instâncias, tudo se prendendo com datas, datas de congressos, adiamentos, etc. Melo acusa Santos de querer adiar o Congresso “por medo de o perder” acusando o actual presidente do partido de ser um “presidente que se quer manter evitando-as (eleições)”.
Ao CDS já não bastava estar em queda abrupta, faltava-lhe esta guerra civil.
No PSD o cenário é análogo, e só mudam os actores, Paulo Rangel ataca veementemente o actual presidente do partido, Rui Rio, tudo fazendo para conquistar o seu lugar.
Na reunião de apoio a Rangel realizada no Palácio da Bolsa, que contou com cerca de 600 pessoas, também Viseu quis marcar presença com o presidente da distrital, Pedro Alves e o autarca de Vouzela e vice da distrital, Rui Ladeira.
Acerca das eleições internas de 4 de Dezembro e da antecipação das legislativas, Rangel é taxativo: Se Rio perder as eleições internas não pode ser o candidato a primeiro ministro contra António Costa: “Há algo que tem de ficar claro para os portugueses e militantes do PSD, o líder do PSD não tem apenas de apenas preparado para concorrer a eleições legislativas, ele também precisa de estar legitimado para concorrer a essas eleições legislativas”.
Rangel que foi opositor derrotado de Passos Coelho em 2010, na sucessão a Manuela Ferreira Leite, quer sair agora vitorioso com Rio, longe idos os dias em que Passos Coelho lembrava o tempo em que Rangel fora militante do CDS acusando-o de ter “problemas de memória”. Com falta de memória ou não, Rangel anda frenético a vender a sua figura para derrubar Rui Rio.
Em luta também, os membros da “geringonça” de outrora, Costa, Jerónimo e Manuela, com estes dois últimos, líderes do PCP e do BE a reprovarem o OE 2022 ao lado do Chega, da IL, do CDS e do PSD, numa clara mudança de lugar, latitude e de atitude, optando por se situarem ao lado da direita e da extrema direita contra a esquerda à sua direita, o PS.
(Fotos DR)