Conjecturalmente e se fôssemos dados a “maus pensamentos” – o que não é o caso – seríamos levados a crer que há arguidos com sorte na data dos julgamentos, ou até, como no caso do Rendeiro do BPP, segundo o comentador Marques Mande, um “patife”, alvos de inesperadas indiligências temporais a abrir portas à fuga.
Neste último caso, ontem, uma nota do Conselho Superior da Magistratura informou …
“O CSM não tem competência para sindicar decisões judiciais. Contudo, considerando as várias notícias veiculadas nos últimos dias pela comunicação social e algumas declarações prestadas em vários canais televisivos todas relacionadas com os processos em que é arguido João Rendeiro, o presidente do Conselho Superior da Magistratura determinou a abertura de um processo de averiguações para efeitos de apuramento de eventual responsabilidade disciplinar”.
Estranha nota em que o CSM parece aceitar ter “aberto o processo de averiguações” em função do bruáá mediático.
Não se estranhando que entre as testemunhas abonatórias se encontrasse Leitão Amaro, homem da terra e “compagnon de route“, inusitado é estar também Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial do governo socialista de António Costa.
Se o julgamento fosse antes das eleições autárquicas de 26 de Setembro e não a 6 de Outubro, talvez o resultado eleitoral que deu a vitória ao PSD encabeçado por José António Jesus por escassos 244 votos fosse outro — 7.088 contra os 6.844 do seu opositor Francisco Coutinho.
Mas… se a minha avó não morresse ainda hoje era viva.
Assim, Jesus e Adão bem se podem congratular com a bondade de Cronos.
(Foto RD)