O ensino secundário

O pior de tudo é que em 33 municípios não existe sequer o nível secundário, ficando pelo básico, tendo os alunos, que queiram prosseguir estudos, de procurar outras paragens para dar asas ao conhecimento.

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  • 18:45 | Quarta-feira, 01 de Setembro de 2021
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A má notícia é que só metade dos concelhos oferece todos os cursos do ensino secundário. Assim se esvai o princípio do acesso universal ao ensino, coisa bonita de se proclamar e escrever, mais difícil de concretizar.

A reivindicação de que o ME baixe o número mínimo de alunos por turma parece-me justa. Todos os concelhos, pela via do público ou do privado, deviam ter oferta formativa global, de modo a que nenhum aluno fosse forçado a sair do seu meio familiar ou a não seguir a sua vocação, meio caminho andado para o absentismo ou para o insucesso escolar.

Neste campo, parece-me que o governo terá de arrepiar caminho e proporcionar a todos os alunos as mesmas condições de acesso, sem criar entraves burocráticos ou financeiros à sua concretização. A isso, chama-se democratização do ensino, que é suposto acompanhar a democratização social. E nenhum cêntimo gasto na educação deve ser visto como um custo, mas antes como um investimento a prazo.

O pior de tudo é que em 33 municípios não existe sequer o nível secundário, ficando pelo básico, tendo os alunos, que queiram prosseguir estudos, de procurar outras paragens para dar asas ao conhecimento.


É certo que, neste campo, o vírus é demográfico que só pode ser neutralizado a anos e não tem conserto no imediato. Só com políticas sociais de ciclo longo será possível voltar a fazer nascer criancinhas.

Disso, não tem culpa este governo, mas todos os governos que nada fizeram para captar pessoas para o interior, fazendo-as migrar para os grandes centros urbanos e para o litoral, seduzidos por um suposto bem-estar.

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Publicado em Opinião