É já uma tradição em cada época estival. A famosa coleção “Sardinha by Bordallo Pinheiro”, cuja original nasceu há mais de um século da mestria de Raphael Bordallo Pinheiro, e é interpretada anualmente por artistas e personalidades dos nossos tempos, apresenta-se, em 2021, com 10 novos modelos, que integram a gigantesca cabaz de 101 sardinhas, que os consumidores anseiam anualmente.
Este ano, juntam-se mais exemplares da sardinha – a original criada Bordallo Pinheiro, uma sardinha de vidro produzida no século XIX e a edição especial de autor, limitada a 174 exemplares. Acresce, ainda, o lançamento de uma sardinha produzida em 2014 e que a pedido de muitos interessados, é relançada com um exemplar vintage da coleção. Desta sardinha vintage serão disponibilizados 350 exemplares.
Tendo por base a sardinha que o mestre imortalizou, são inúmeras as personalidades das mais variadas origens e áreas artísticas que, desde 2014, dão o seu cunho pessoal, com criatividade e, por vezes, alguma irreverência, à coleção, surgindo anualmente novas sardinhas que por todos são apreciadas.
Num ano que continua a ser marcado pela pandemia, as ideias dos criadores não estiveram confinadas e, assim, surgiram 10 sardinhas com “Piada na Guelra”, assinadas por autores, portugueses e brasileiros, que vão surpreender.
Raphael Bordallo Pinheiro, humorista e caricaturista; Nuno Markl, humorista e radialista; Nilton e Eduardo Madeira, humoristas e apresentadores de televisão; Rita Wainer, ilustradora, artista plástica e de rua e estilista brasileira; Toia Lemann, artista brasileira ; Chico Gouvea, arquiteto brasileiro e Ana Sofia Gonçalves, ilustradora, artista plástica, cenógrafa e professora, são os criadores das sardinhas deste ano.
Nuno Barra, administrador da Bordallo Pinheiro reconhece que “esta é uma das muitas coleções bem sucedidas, e que mereceu, desde a primeira edição, uma atenção muito especial, não só dos seguidores mais fiéis da Bordallo Pinheiro mas, de forma genérica, por parte dos consumidores em geral. É, igualmente, transversal a todas as idades e sensibidades artísticas. É particularmente curioso o facto de muitos dos autores das sardinhas não terem qualquer ligação com o mundo da cerâmica. Porém, emprestando o seu talento criativo, como volta a acontecer este ano, conseguem conceber peças muito apreciadas.”, concluiu o gestor.
“Sardinha by Bordallo Pinheiro” é uma coleção que surgiu em 2014, resultante da estreita colaboração entre a Fábrica de Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro, fundada em 1884 nas Caldas da Rainha e a EGEAC/Câmara Municipal de Lisboa.
Sardinhas de 2021
Pili
Pili era a gata de Raphael Bordallo Pinheiro que habitava, com o seu companheiro gato Pires, na antiga fábrica de faianças. Representa o amor que o mestre tinha pelos felinos, em especial pela sua gata, que fica imortalizada nesta sardinha.
Virgínia
Era uma rã que vivia feliz, treinando saltos cada vez maiores no lago do jardim da Fábrica Bordallo Pinheiro. Por vezes aventurava-se e ia para o lago gigante do Parque D. Carlos I, que ficava perto. O Mestre gostava tanto de trabalhar ao som do seu coaxar, que a identificou como a personagem da fábula de Esopo. Identificou-lhe o companheiro, o Paulo, e materializou-os em cerâmica num grupo escultórico gigante.
Eco 2D
“Lamento ser eu a dar a notícia, mas nunca foram as cegonhas a trazer os bebés. Lidem com isso”. É assim que Nilton transforma uma história contada às crianças, numa história feita de amor e realidade. A criação de uma nova vida na barriga de uma sardinha da Bordallo Pinheiro. Ou estamos a criar uma nova história? Serão as sardinhas a trazer os bebés?!
Saudade
A sardinha da saudade é para que seja, em tempos difíceis, possível atravessar oceanos em forma de afeto. Mesmo quando todos os caminhos parecerem tortuosos. Foi assim que a autora – Rita Wainer – pensou esta sardinha. Saudade é amor transformado em ausência, em falta de algo, mas, também é esperança que dias melhores virão. Apesar das nuvens cinzentas há sempre uma pincelada de cor no horizonte.
Janela
2020 – O ano visto pela janela. Foi assim que grande parte da população mundial viu este ano. Tempos estranhos, de incerteza, mas das nossas janelas continuámos a ver as cores da rua, o azul do céu e a confiança de que melhores tempos virão. Esta sardinha de Anna Vic, cheia de cor, é uma tela dessa mistura de sentimentos.
Thaynara
Chico Gouvea criou a imagem com os grafismos que os índios usam nos seus corpos, misturando-se com as tramas das palhas que eles produzem. O artista desenvolveu a sardinha Thaynara, nome tupi que significa estrela, iluminada – como celebração da cultura indigena, cheia de cores vibrantes, alegria e esperança numa luz boa que aqueça as nossas vidas.
Clérigos
A torre dos Clérigos, a mais bela e altaneira torre sineira, constitui um dos grandes ex-libris da cidade do Porto. Do alto dos seus 75 metros, após uma atlética subida de 225 degraus, quem a visita pode desfrutar de uma reconfortante e deslumbrante vista panorâmica sobre a cidade. Ana Sofia Gonçalves, celebra, assim uma das mais bonitas cidades de Portugal.
Comédia
“Se à mesa ela é rainha, sai uma ovação p’ra sardinha”, sublinha o autor, Eduardo Madeira. É um espectáculo de sardinha, seja no prato, no pão, com pimentos ou sozinha, a sardinha é rainha! É celebração nas nossas festas populares, é delícia pelo Mundo, “sardines on carvon” dizem as placas nos restaurantes, pequenina ou mais gordinha, não deixa ninguém indiferente.
Vem Brincar
A Sardinha apareceu despida no hospital, dizendo que “precisava de roupa nova”. Todos os meninos criaram vários modelos, divertiram-se tanto, que até se esqueceram que estavam no hospital. De uma brincadeira de crianças saiu esta sardinha cheia de esperança. A brincar crescemos e a brincar o mundo continua a girar. Que esta sardinha seja uma mensagem de esperança para todas as crianças hospitalizadas por esse Mundo fora.
Sardabisco
Sardabisco, mistura de sardinha mais rabisco. Numa sardinha ao contrário, Nuno Markl, traz-nos uma sardinha irreverente, onde não existe mal e bem, existe a visão de cada um. E existe a possibilidade de desenharmos a nossa sardinha/vida, da forma que entendermos ser a melhor. Entre rabisco, esquissos e pinceladas de cor assim vai a vida!
Ao Mar – Sardinha de Autor
Bela Silva, que assina a sardinha de autor, limitada a 174 exemplares, confessa que gosta de comer sardinhas e que gosta de as comer com as mãos sobre o pão e uma salada de pimentos grelhados. Ao Mar é uma sardinha “jóia” que segundo a autora “só se come com os olhos”.
UKYOIE – Sardinha Vintage
A Iwashi-Nobori é uma sardinha inspirada no Koinoboshi japonês. O Koinoboshi é o dia das crianças, e a carpa é o simbolo de força, persistência, bravura e sucesso. Esta sardinha portuguesa, pintada ao estilo Ukiyoe, deseja força, persistência, bravura e sucesso às crianças portuguesas.