Viseu – O esgotamento de um executivo inábil

Junta-se o séquito dos agamelados da cultura local, acabestrados pelos subsídios do manda chuva do Rossio e distribui-se a solução por uns quantos lugares comuns, decorados por uns chavões de recuperação económica, quando no final o objectivo não é outro senão o de melhorar o pecúlio da Viseu Marca para permitir que o chorudo salário familiar não sofra quebras.

  • 15:09 | Terça-feira, 04 de Agosto de 2020
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A pandemia, em muitos casos, serviu para mostrar muitas das debilidades na gestão da crise e outra tanta falta de visão dos eleitos para nos governarem.

Enquanto a solução passou por tirar do orçamento gerado pelos impostos dos munícipes para transformar em festarola e pagode para o povo funcionou na perfeição. Quando de repente, o poder local viseense se viu perante a necessidade de dar resposta urgente a solicitações e problemas diversos da comunidade, quando se viu perante a necessidade de gestão da pandemia, o que sobressaiu foi a sua enorme incompetência e incapacidade de gerar soluções a contento, funcionais, de efeito social e economicamente exequíveis.

Alguns dirão, não é assim e só acreditarão quando virem as contas do tribunal sobre a compra das máscaras ou quando um dia forem conhecidas em pleno e de forma auditada as contas do despesismo do marido da directora do Viseu Marca.


No meio disto ainda consegue encontrar um bode expiatório, a Segurança Social, para tentar disfarçar a propaganda organizada no que concerne aos apoios sociais pelo all man service para toda a obra, esquecendo-se de propósito que estes serviços do estado central são o que são de burocracia e processam pedidos de todo o distrito.

O Verão está aí e o calor aperta, mas quando os viseenses esperariam dispor de espaços de lazer e diversão longe do bulício da cidade e sem o risco de contágio do Covid, o que se lhes oferece é mais do mesmo mas travestido pelo marketing da banha da cobra e propaganda do Rossio.

Junta-se o séquito dos agamelados da cultura local, acabestrados pelos subsídios do manda chuva do Rossio e distribui-se a solução por uns quantos lugares comuns, decorados por uns chavões de recuperação económica, quando no final o objectivo não é outro senão o de melhorar o pecúlio da Viseu Marca para permitir que o chorudo salário familiar não sofra quebras.

A Feira de São Mateus vem longe e nunca se sabe o que poderá acontecer nas eleições autárquicas do próximo ano. A elite vai à festa e o povo, preocupado com a saúde e com o bolso, fica sem saber onde ir.

O Pavia não dá para nadar, as piscinas estão fechadas, as do Palácio do Gelo não são necessariamente baratas, as de Cabanões, com o sentido de responsabilidade social decidiram não reabrir, mesmo sem os emigrantes todos os espaços recreativos e comerciais serão pouco rentáveis, a praia fluvial de Alcafache deve ter mais lixo que água limpa, a de Corvos à Nogueira nem se fala e nem a banheira em casa serve porque este executivo aumentou a factura da água em 30%.  

E agora? Nada se pode fazer?

Bom, uma solução fácil e barata seria a de instalar na barragem da Várzea de Calde uma simples plataforma flutuante como aquelas que existem noutras praias fluviais do País e, claro, se quisessem ser mais exigentes para o protagonista do costume poder aparecer nas TV´s com o seu novo Panamá, seja de noite ou de  dia, podiam adequar o espaço envolvente com outros equipamentos como bar, instalações sanitárias, balneários, campo de areia para desportos, etc., e dessa forma venderem a região neste tipo de turismo actualmente tão procurado.

Podiam, claro, fazer tudo isto, mas para isso seria preciso visão, vontade política e vá lá, uns euros para melhorar os acessos (menos do que o queimaram no desvario cultural deste Verão).

Ou, um parque de acolhimento do caravanismo, muito em voga este ano, dado que o concelho não possui nenhuma infraestrutura de alojamentos onde se privilegia o contacto com a natureza, a privacidade e o recolhimento familiar longe da azáfama do ambiente urbano caótico.

Claro que fechados como estão no Cubo Mágico das oito faces não vêm mais nada além do umbigo e já nem o tempo disponível permitirá corrigir a omissão e o erro de 2 mandatos de foguetório e festarola, de modo que a solução será em definitivo outra, se assim os viseenses o quiserem perceber.

Afastar em primeiro lugar, os protagonistas com excessivo poder mediático incapazes de concretizar políticas públicas locais e de seguida realizar intervenções (investimentos) que com soluções técnicas inovadoras melhorem o ambiente urbano e rústico sem prejudicar o território herdado pelos nossos antepassados. Deve-se instituir as seguintes normas de conduta ou de boas práticas:

O alcance das políticas e estratégias de actuação municipal devem ser distribuídas de forma homogénea pelo território com funcionamento em rede de pontos focais de atração suportadas com base nas identidades locais das nossas aldeias, rios, barragens, espaços florestais e património construído.

O custo benefício tão negligenciado pelo executivo, deve pontuar as fases de projecto e discussão a par do valor cultural, ambiental, cognitivo, social e económico que se pretende alavancar nas zonas com fortes carências a nível populacional e de pouca fruição turística ou de tempos livres.

Viseu é um local periférico das cidades integradas nos fluxos turísticos e de lazer. Nunca no município foi auditado o grau de acessibilidade que o território aufere no contexto nacional ou internacional, nem a competitividade territorial com outros e urge com urgência a reivindicação deste ímpeto para travar o desvario de perda de dinheiro em acções de marketing territorial, já que é de responsabilidade social e colectiva.

O marketing territorial desenvolvido maciçamente pelo município encontra como base de trabalho unicamente a área urbana da cidade e as tradições locais (e mesmo estas sem o devido respeito pela sua integridade histórica).

Através de alguma pesquisa, verifica-se que o município ocupa hoje as tarefas inerentes à economia local de iniciativa privada, que engloba as forças do marketing territorial, desde a promoção dos recursos naturais, as tradições e património cultural, a comodidade e a preservação dos laços familiares e de parentesco com as comunidades, bem como as oportunidades, o acompanhamento e integração das tendências globais turísticas e económicas em ascensão e os novos modelos de organização laborais e de negócio.

Às autarquias cabe hoje, e mais ainda evidente por fruto desta pandemia, executar mecanismos de mitigação das fraquezas, como a falta de recursos humanos com competências habilitadas ao exercício (atracção de pessoal qualificado), o provocar a génese da responsabilidade social e económica, instalação e captação de serviços, a fixação de empresas, captação de fundos estruturais, a consolidação e construção de infraestruturas e a preservação ambiental e protecção civil.

O fundamental e mais difícil de atingir com este executivo é a eliminação das ameaças como o despovoamento do território, o notório abandono patrimonial, o desinvestimento estrutural e a falta de empatia causada pela falta de massa crítica.

Portanto nisto, a VISEU MARCA é e tem sido absolutamente inútil, pese o sofisma que repetidamente nos vendem.

E, pronto, oxalá por cá o calor continue, mas já chega de banhos de água fria imaginários!

 

(Fotos DR)

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Publicado em Opinião