2 milhões de mulheres portuguesas sofrem de “derrames” e varizes

Outros fatores de risco são a falta de exercício físico e o sedentarismo, o consumo de tabaco, a obstipação, e permanecer parado, durante longos períodos, de pé ou sentado.

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  • 16:22 | Quarta-feira, 08 de Julho de 2020
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Arrancou a campanha “Alerta Doença Venosa” da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV), que tem como objetivo promover o diagnóstico e tratamento precoce da Doença Venosa Crónica. A Doença Venosa é uma doença crónica e evolutiva, que afeta as veias das pernas que transportam o sangue até ao coração.

O objetivo da campanha é aumentar o conhecimento existente sobre a doença junto da população geral e demonstrar a importância de diagnosticar precocemente os doentes com Doença Venosa Crónica (DVC). A DVC quando não é identificada e tratada a tempo pode originar diversas complicações que têm um elevado impacto no dia-a-dia dos doentes.

Em Portugal, à semelhança de outros países ocidentais, esta doença tem uma elevada prevalência, atingindo cerca de 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos, embora também afete os homens (60% F/ 40% M). Segundo o Prof. Armando Mansilha, Presidente da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular, “A Doença Venosa Crónica resulta da insuficiência das veias das pernas em consequência de alterações na parede e nas válvulas das mesmas. O sangue tem mais dificuldade em ser transportado de regresso ao coração e acumula-se nas pernas, o que provoca a inflamação venosa.  Assim surgem os primeiros sintomas, como a dor, pernas cansadas e pernas pesadas, bem como situações mais graves de varizes, edema (pernas inchadas), alterações da cor da pele ou mesmo úlcera venosa.”


No site da campanha qualquer pessoa pode fazer um “Check-up venoso!” aqui: http://www.alertadoencavenosa.pt/quizz e verificar se sofre de doença venosa crónica. Basta responder às perguntas e verificar o risco de sofrer de DVC. Depois de preenchido deve aconselhar-se com o seu médico de família.

“Mesmo nos doentes que ainda não têm varizes visíveis, os sintomas de DVC geram incapacidade para realizar diversas tarefas diárias, tais como as que obrigam a estar em pé ou sentado durante muito tempo, mas também subir escadas ou ajoelhar-se. Acresce-se que, com a evolução da doença, surgem manifestações cutâneas progressivamente mais severas que podem inclusive culminar na úlcera venosa”, acrescenta o Prof. Armando Mansilha.

 

Os principais fatores de risco para vir a sofrer de DVC são:

A predisposição familiar: uma pessoa que tenha antecedentes familiares de DVC tem maior probabilidade de vir a desenvolver a doença;

O sexo feminino: devido às alterações hormonais, à contraceção hormonal e à gravidez;

A idade: à medida que envelhecemos as nossas veias perdem resistência;

A obesidade: o excesso de peso provoca uma grande carga nos membros inferiores e, consequentemente, nas veias;

A gravidez: provoca alterações hormonais e grande carga nos membros inferiores (consequentemente, nas veias);

Outros fatores de risco são a falta de exercício físico e o sedentarismo, o consumo de tabaco, a obstipação, e permanecer parado, durante longos períodos, de pé ou sentado.

Assim, os doentes devem recorrer à ajuda médica sempre que suspeitem que estão perante uma situação de DVC. O diagnóstico é simples, podendo numa consulta médica de cirurgia vascular serem investigados aspetos relacionados com a doença. Segue-se um exame físico, onde se procuram sintomas e sinais da doença, podendo nesta fase ser utilizado um Doppler portátil ou um eco-Doppler colorido, para identificar a presença de refluxo ou potencial oclusão das veias.

 

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