O Partido Socialista (PS) alertou o Executivo para as tendências muito preocupantes que estavam a verificar nas contas do Município de Viseu. Particularmente no ano 2018, as Contas Municipais apresentavam diversos indicadores económico-financeiros negativos.
Verificou-se uma preocupação clara em conter as despesas em todas as frentes. Porém, importa apontar que este resultado positivo decorre essencialmente destes fatores:
1. Reduzido investimento de capital, pela não realização de obras relevantes.
2. Realização de financiamento por empréstimo e engenharia financeira, “chutando” despesas de capital para anos ou mandatos posteriores, o que que se vai agravar muitos nos próximos anos, como o Fundo Imobiliário Imoviriato ou aluguer-aquisição do Pavilhão da Sumol.
3. Forte redução das despesas aquisição de bens e serviços, que tinha disparado anormalmente nos últimos anos.
4. Reembolso de 1 milhão de euros dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Viseu (SMAS), comprometendo investimentos básicos.
5. Aumento significativo da receita de impostos.
“Uma Câmara boa a cobrar, também deve ser boa a proporcionar. Num percurso normal de execução de obras, e de obras fundamentais, de que valores estaríamos a falar? Que Resultado Líquido teríamos?”
De facto, as funções sociais e económicas nas Grandes Opções do Plano, apresentam taxas baixas de execução, com decréscimo significativo em relação a 2018.
Uma análise económico-financeira ao Relatório de Gestão e Documentos Financeiros SMAS Viseu, referente ao exercício económico de 2019, demonstram claramente duas situações relevantes que, há muito, os vereadores do PS vêm salientando:
1. O investimento em infraestruturas básicas de abastecimento de água e saneamento – fundamentais para o Concelho – tem vindo a diminuir significativamente. A taxa de execução de despesas de capital é extremamente reduzida. A queda face a 2018 foi de quase 2,5 milhões de euros.
2. O aumento brutal da “fatura da água” – tarifário que o PS votou contra -, muito associado ao aumento do saneamento, que os viseenses estão já a sentir em 2020 não é de todo justificado. Por exemplo, antes do aumento, a tarifa de águas residuais (fixa e variável) tinha já uma proporção muito significativa face à tarifa de água (fixa e variável), indicador na linha de outros municípios com “contas certas” nesta área.”