António Costa, e/ou os satélites de estimação que gravitam em seu torno à espera de estímulo ou promoção, tem por vezes ideias peregrinas, as quais, apreciando-lhes a bondade na forma, não deixam de ser estranhas bizarrias no conteúdo.
A nomeação de cinco secretários de Estado para “coordenar a execução da declaração do estado de emergência no território continental, ao nível local“, é disso exemplo.
Talvez sejam crepusculares saudades dos extintos governadores-civis, talvez seja pouca fé nas competências das autoridades que tem no terreno, talvez seja necessidade de dar brilho a “apagados”… vá-se lá saber.
Porém, na selecção do sE que calhou em sortes ao Centro – João Paulo Rebelo – pensamos que Costa pecou por deficiente informação, má memória, cansaço ou alheamento da realidade circundante.
O dito coordenador, de recatadas qualidades, terá no sentido de oportunidade (há quem lhe chame outra coisa) a sua magna virtude.
Uma breve análise da carreira deste “ad perpetuam-promissor” bastaria para o entrever, assim como as plurais polémicas em que se viu recorrentemente envolvido e que parecem já esquecidas e que o Rua Direita já lembrou no passado.
E mais lerá, se chegar ao google e digitar: “movijovem joao paulo rebelo”.
Entretanto, este empreendedor jovem, que parece ter a capacidade fantástica de passar pelos pingos de chuva com uma ligeira sacudidela da água do capote, desgostoso por não ter sido o primeiro nome da lista dos candidatos a deputado do distrito de Viseu, nas legislativas de 2019, célere se recompôs do “destrato” aparecendo perfilado e disponível para o lugar de presidente da Federação do PS Viseu, perante a indisponibilidade de recandidatura de António Borges.
Então, num frenesim mediático – a secretaria de Estado deixar-lhe-á muito tempo livre – passou ao ataque do oponente político, o deputado e seu amigo de peito José Rui Cruz, desdobrando-se em “hollywoodescas” centenas de “takes” nas redes sociais, qual deles o mais elucidativo do mor “estrelismo” deste candidato a tudo que na política bule, ciente talvez de que fora dela a vida não lhe foi risonha e próspera.
Esta indigitação de António Costa, num momento em que por motivos óbvios a eleição para a Federação foi adiada provavelmente para Setembro, deu-lhe um mão de sueca com 10 trunfos… assim, coordenando (?) a execução do estado de emergência, sempre poderá aproveitar para a sua natural promoção político-pessoal, para granjear apoios e para singrar adiante, uma vez mais, ao sabor dos ventos favoráveis das circunstâncias que lhe sopram cálidos às espaldas…
Falta-lhe, após esta “luta”, aparecer em 2021 como candidato à autarquia viseense, sendo previsível que nessa eventualidade não lhe falte o apoio mediático do ex-sócio, João Cotta (também Rebelo), só ficando a faltar, para um virtuoso terceto, o ex-sócio Francisco Rebelo, do Grupo Lena Comunicação, assim se congregando as hipóteses para um fulgurante e retumbante êxito eleitoral.
Que se cuide António Almeida Henriques. E que se cuidem os viseenses…