Viseu está (mesmo) em alta. Contrariando uma das principais leis da física apontada pelo jornalista do Expresso Valdemar Cruz a propósito de Marco António Costa que vaticinava que “tudo o que sobe acaba por descer”, a ascensão no mercado dos viseenses TOMI – os “tablets gigantes e interativos”, de última geração, que disponibilizam informação útil aos residentes e visitantes de qualquer cidade – parece ser agora uma realidade imparável e, cada vez mais, uma via promissora para a revitalização do tecido empresarial de Viseu.
E é por isso que eles estão por aí. Nascidos da “necessidade de uma informação oportuna” os resultados deste projeto completamente desenvolvido em Portugal têm vindo por cá, ao longo dos últimos cinco anos, a afirmar o seu “enorme” potencial enquanto promotores turísticos, através da sua instalação nas recém-criadas Lojas Interativas de Turismo, ao mesmo tempo que partiram à conquista da capital com a colocação de 19 equipamentos ligados em rede nas estações de metro de Lisboa.
Os TOMI estão na moda. Dos sucessos cá dentro – vencedores na categoria de Produto ou Serviço do Ano na 1ª edição dos prémios AHRESP e Prémio Tecnologia “Almeida Henriques 2014” – à internacionalização vai apenas um pequeno passo. Algumas das principais capitais europeias, os Estados Unidos da América, o Golfo Pérsico e o Brasil são os “senhores” que se seguem. Entretanto, por aqui, já se pode entabular conversa com os “melhores amigos das cidades” em 10 dos 24 concelhos do distrito. Armamar, Cinfães, Lamego, Penedono, Resende, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca e Viseu já estão “ligados”.
Liderada por José Agostinho, a tecnológica TomiWorld responsável pela criação e pela instalação destes equipamentos, com sede em Viseu, parece estar efetivamente num bom momento. De acordo com a informação disponibilizada no Portal dos Contratos Públicos (www.base.gov.pt) foram gastos pela entidade Turismo do Porto e Norte de Portugal presidida pelo social-democrata Melchior Moreira, pela Direcção Regional de Cultura do Norte e por cerca de meia centena de municípios, mais de 2,2 milhões de euros na aquisição destes equipamentos e outros serviços relacionados em apenas 30 meses.
Contudo, os resultados apresentados pela TomiWorld correspondem apenas a metade das despesas reportadas pelo setor público a favor do ecossistema TOMI. Sediada em Portimão a Média 360, uma empresa com um volume de investimento comunitário que rondou os 894 mil euros recebidos no âmbito do Programa Operacional Algarve 21, faturou outros 2,2 milhões por serviços prestados a muitos dos clientes da TomiWorld.
Ligada ao fornecimento de uma vasta linha de equipamento básico e de mobiliário para as Lojas Interativas de Turismo, a Média 360 é, ao mesmo tempo, responsável pelo desenvolvimento das aplicações multimédia interativas, das peças gráficas e dos conteúdos. Em suma, pelas reais capacidades que diferenciam os TOMI de muitos outros equipamentos urbanos.
Se, neste segundo plano, o sucesso já aparenta ser algo partilhado entre o centro e o sul do país, descansem os viseenses mais inquietos. O TOMI é mesmo vosso. Tanto a TomiWorld (Viseu) como a Média 360 (Portimão) são detidas em 95% do seu capital pela sociedade anónima Smart World SGPS, com sede no rés-do-chão do número 138 da rua 5 de Outubro em Viseu, e geridas, ao mesmo tempo, pelo empresário José Agostinho que detém uma participação de 5% em ambas as empresas. Assim, o sucesso sempre fica “cá por casa”.