Os “monotemáticos” e os antolhos

São aqueles tipos que nasceram já vestidos com uma determinada cor partidária, sendo seus virais inimigos todos quantos, num pluralismo que gostariam de ver negado, assumem posições críticas acerca de vários assuntos

  • 13:52 | Terça-feira, 14 de Janeiro de 2020
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Li há dias esta expressão para designar, segundo o seu letrado autor, quantos nas redes sociais escrevem sobre assuntos que parecem desagradar ao “criativo” designador.

E de facto os “monotemáticos” abundam por aí…

São aqueles tipos que nasceram já vestidos com uma determinada cor partidária, sendo seus virais inimigos todos quantos, num pluralismo que gostariam de ver negado, assumem posições críticas acerca de vários assuntos, mas dos quais só vêem os que ao seu dilecto partido respeitam.


São aqueles tipos que já nasceram vestidos com a camisola de um determinado clube de futebol, vendo em todas os outros “teams” inimigos de sangue e figadais.

Isto acontece nos mais amplos aspectos da vida social. Até na religião. Nos vinhos. Na gastronomia… Só a minha é que é boa. A tua não presta.

Os “monotemáticos” usam antolhos. Como as mulas trasmontanas. O que lhes proporciona visualmente uma via única e esconsa onde porfiados gastam a sola (será sola?) sem verem mais nada em seu redor. São geralmente tipos limitados que nunca perceberam (ou não querem perceber) a riqueza da diferença, nem tão pouco as salutares regras democráticas, que se estabeleceram desde o 25 de Abril na vida portuguesa.

Gente que projecta o seu não-viver em sombras de ídolos que não lhes ligam peva e noutros, cujos pés-de-barro, mostram bem a dimensão do idolatrador.

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Publicado em Editorial