Deputados insuportáveis ou insuperáveis?

As eleições legislativas de outubro trouxeram novos partidos à AR. A Iniciativa Liberal e João Cotrim, o Chega e André Ventura e o Livre e Joacine Katar Moreira. Segundo a net info, o Chega é um partido político português populista e nacionalista. Fundado por André Ventura em Abril de 2019 O Livre é um partido […]

  • 11:21 | Quinta-feira, 28 de Novembro de 2019
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As eleições legislativas de outubro trouxeram novos partidos à AR.

A Iniciativa Liberal e João Cotrim, o Chega e André Ventura e o Livre e Joacine Katar Moreira.


Segundo a net info, o Chega é um partido político português populista e nacionalista. Fundado por André Ventura em Abril de 2019

O Livre é um partido político cujos princípios fundadores são o universalismo, liberdade, igualdade, solidariedade, socialismo, ecologia e europeísmo. O seu símbolo é a papoila. Fundado por Rui Tavares em Janeiro de 2014

A Iniciativa Liberal é um partido político português de índole liberal, que defende a liberalização económica, política e social. Foi fundado em Dezembro de 2017 por Rodrigo Saraiva, Bruno Horta Soares e Nuno Santos Fernandes.

Isto dito, conveniente é perceber-se e antes de qualquer crítica, que os novos partidos surgem por reacção ao deslustre do espectro político já existente e, eventualmente, têm nos seus votantes eleitores muitos descontentes que pretendem assim “punir” o “establishment” existente.

Estes 3 referidos deputados são mais mediaticamente “chamativos” do que os restantes 227. Porque será? Por serem novos na casa? Não. Ciclicamente há caras novas no Parlamento. Então? Decerto pela forma como se comportam.

Se João Cotrim, da Iniciativa Liberal é um acutilante e correcto parlamentar, com uma postura assertiva, porém eivada de dignidade, André Ventura, do Chega, no seu populismo, sempre em bicos de pés, desdobra-se em actos capazes de chamar sobre si os holofotes e usa de um discurso agressivo e demagógico, ciente de que é a única maneira de passar vertiginosamente de figurante a “herói da fita”. Já a deputada do Livre, Joacine Katar Moreira, ganha assazmente ares de “prima donna” de opereta e usa todos os estratagemas ao seu alcance para dar nas vistas, com um discurso de cariz quase xenófobo, vitimizado, megalómano, arrogante e, ao que parece, tão autónomo que até já esbarra com as estruturas do seu partido, assim como colide com jornalistas, chegando, num ineditismo bacoco, a pedir “guarda pessoal” para se deslocar nos corredores da Casa da Democracia e se proteger dos inerentes e “perigosos” ataques da comunicação social. Ainda bem que a GNR a protege…

Três deputados que vão do 8 ao 80, dois deles parecendo querer transformar a AR num grotesco coliseu circense, onde o parolismo e o protagonismo, de mãos dadas, tudo fazem para transcender o verdadeiro motivo da sua presença, pela confiança de quem neles votou. Talvez porque o acriticismo generalizado aplaude este “show off“…

Se a comunicação social os ignorasse completamente, talvez este charivari se desvanecesse. Porém, num tempo em que ser notícia é fundamental, estes dois deputados estendem a sua ardilosa teia e nela apanham aqueles que lhes dão visibilidade e depois afrontosamente repudiam, como se fossem entediadas divas do rock ou stressadas estrelas do futebol planetário.

O politicamente correcto deverá ser para todos nós uma praxis social e de cidadania. O politicamente incorrecto entendendo-se somente como reacção à estagnação e como meio de aguilhoar/despertar da letargia acomodada o real existente. Todavia, este excesso de todos os excessos – de raiz muito apregoada até por secretários de estado deste governo – certamente que acabaria por dar os resultados que quotidianamente vemos, tornando-se, não numa atitude contra a descredibilização granjeada, mas numa epifania total do demérito pela banal transgressão dos preceitos comportamentais mais elementares.

O vale tudo tem efeito de boomerang, por isso é natural que em breve todos enfim percebamos que o frenesim, a vacuidade e a “bizarria” são, afinal, cansativas e inócuas armas parlamentares rapidamente superáveis…

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Publicado em Editorial