Entre a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros japonês e a invasão da União Soviética pela Alemanha, Estaline alimentou a ilusão de se manter afastado da guerra até 1942. Por um lado, acreditava na racionalidade bismarckiana de Hitler, por outro precisava de tempo para o encarar. «Só em 1943», disse ele a Molotov, «estaremos em condições de enfrentar os alemães em pé de igualdade».
Anos mais tarde, passado o horrível embate, que provocou milhões de mortos, fez o seguinte comentário num pequeno círculo de amigos, se é que essa palavra faz sentido na mente de Estaline: «Quando estiverem a tentar tomar uma decisão, nunca se ponham no lugar da outra pessoa, porque se o fizerem, poderão cometer um erro terrível.»
Às quatro da manhã de 22 de Junho de 1941, o chefe do Estado-Maior deu ordens para acordar Estaline. Os alemães bombardeavam a união das repúblicas socialistas soviéticas. Os chefes militares sentiam-se tão assustados com a invasão alemã como com a reacção do ditador. Ninguém queria acordá-lo e comunicar-lhe a deplorável notícia. Três semanas depois, os alemães tinham aprisionado dois milhões de russos, 3500 tanques e mais de 6000 aviões.
Nuno Rosmaninho