Ao ler a entrevista da senhora Marianne Thyssen (Comissária Europeia para o Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral, 18/05, Dinheiro Vivo), uma das ideias que transmitiu deixou-me ainda mais preocupado:
“Deixou de ser um dado adquirido que quem trabalha tem acesso à Segurança Social e está coberto em caso de doença, acidente ou velhice.”
Nas eleições europeias do próximo domingo, estará em jogo o tipo de Europa que queremos para nós e para as gerações futuras. Os resultados que determinarão a nova constituição do Parlamento Europeu influenciarão, em grande medida, uma população mais velha que, felizmente, não para de aumentar na “velha” Europa.
Estranhamente, admito que possa não ter estado suficientemente atento, pouco ou nada ouvi falar de políticas sociais e não retive qualquer ideia concreta que reflita a preocupação com a qualidade de vida das pessoas mais velhas, durante a campanha que decorre no nosso país.
Ainda que a luta contra o idadismo (discriminação sofrida pelas pessoas mais velhas em função da sua idade) possa ser pouco, ou mesmo nada, atrativa, do ponto de vista mediático, para os meios de comunicação, esta deveria ser uma das preocupações dos candidatos.
Se restarem dúvidas, quanto à urgência, da luta contra a discriminação em função da idade, recomendo a leitura do livro, recentemente publicado “Maus Tratos a Pessoa Idosa”, coordenado por Mauro Paulino e Dália Costa, editado pela Pactor (2019).
Subscrevo inteiramente o manifesto que a Age Plataform Europe publicou com recomendações e medidas que os candidatos a eurodeputados devem ter em conta, tendo como mensagem chave: “QUEREMOS UMA EUROPA PARA TODAS AS IDADES”.
A plataforma faz 7 propostas concretas para garantir a igualdade de direitos e a dignidade na velhice:
É importante votar e pensar que os eurodeputados devem garantir a igualdade de oportunidades para todos, independentemente da idade.
Considerando a evolução demográfica na Europa, faz sentido que os novos eurodeputados ponderem a possibilidade de criação de um instrumento legal internacional que ajude a robustecer a proteção aos cidadãos mais velhos.
Faz sentido que cada um de nós exerça o seu direito de voto e faça a sua escolha.
Decida o seu futuro, diga sim à campanha “Desta vez eu voto” -() – e incentive os seus amigos e familiares a votar.