Costa esgotou os quadros?
É o que parece. E nem a recente e apoucada recente remodelação ministerial parece ter-lhe sido muito assisadamente favorável.
O caso Siza Vieira continua envolto numa estranha neblina por onde, sombras fugidias de bizarros conflitos negociais perpassam com uma opacidade inexplicável.
A Cultura, essa, vai de vela enfunada contra o molhe. O anterior, como todo o poeta que se preza, habitava etéreo assento a anos-luz dos baixios onde se movem os humanos. Talvez até vivesse na lua ou noutro planeta e convivesse com “Le Petit Prince”, de St.Exupéry… Paz à sua política alma.
Costa foi desencantar esta nova titular não se sabe bem onde. De certo apenas se sabendo que, e em matérias culturais, o CV é pré-nulo.
João Cravinho, o diplomata, o novo MD, logo foi desencantar aquele ex-acólito do Portas, cônsul em S. Paulo, Matogrosso ou Ceará, que, mal tomou posse, exuberou nas redes sociais o seu deslumbramento com ares de atarantado novo-rico, a fazer lembrar o ministro de Balsemão, André Gonçalves Pereira que afirmava assertivo que quanto ganhava na função “não lhe dava para os charutos”. Alguém ainda se lembra ou sou eu o muito velho?
Vieira da Silva, esse, finalmente calou-se com o zingazarra das reformas, num triste espectáculo prenhe de retórica vazia, na qual muito tentou nada dizer aos portugueses. Entendem-me?
Felizmente para Costa, Rui Rio, o líder do maior partido da oposição, que até parece ser bom “moço”, está a braços com uma “guerra civil” inter pares, onde santanistas, rioistas e não se sabe mais quem, constantemente se torpedeiam, num mar encapelado onde os faunos e silvanos cruzadores já metem água pelas escotilhas. Uma ópera bufa.
Aqui pelo burgo, vento e frio. Tarantices nas contas públicas, uma espécie de bunker à prova de qualquer bomba atómica e, cereja em cima do bolo, a nomeação da nova directora do Museu Nacional de Grão Vasco, dispensada de vereadora da Cultura do município e agora, decerto por CV e mérito cultural, guindada a sombra parda do Sobrado da Cultura e não sei que mais, que a substituiu no pelouro que antes ocupara. Percebe? Não. Mas esteja descansado. Nem o Almeida Henriques terá percebido, apesar dos encómios de última hora e circunstância. Pudera não…
O PS ainda terá vereadores na Câmara de Viseu? Boa pergunta à qual o difícil é encontrar resposta. Estranho, porém, é o seu ensurdecedor silêncio perante tanta e tão fervilhante matéria. Ou será que tomam posição mas ninguém sabe, excepção feita de um semanário local, que só toca a rebate quando o patrão alcança e zurze na corda da sineta?
Cada vez mais, local ou nacional, a política e seus apaniguados se assemelham a um pútrido pântano, não pelas águas estagnadas e fétidas, sim pelo sáurios semi-adormecidos que nelas se acolhem.