Estou “surpreendido, estupefacto e indignado”…

  … parafraseio com o coração nas mãos, impado de sinceridade, o autarca de Viseu, António de Almeida Henriques, perante as notícias vindas a público que afirmam em parangonas “Autarca de Viseu suspeito de ter testa de ferro para negócios no turismo”, ou “Autarca de Viseu investigado por ligações à corrupção no Turismo”. Melchior Moreira, […]

  • 14:41 | Quinta-feira, 25 de Outubro de 2018
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… parafraseio com o coração nas mãos, impado de sinceridade, o autarca de Viseu, António de Almeida Henriques, perante as notícias vindas a público que afirmam em parangonas “Autarca de Viseu suspeito de ter testa de ferro para negócios no turismo”, ou “Autarca de Viseu investigado por ligações à corrupção no Turismo”.

Melchior Moreira, o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, a 20 de Junho afirmava: “Estou de consciência tranquila. Vou prestar todas as informações e toda a ajuda que me for solicitada para esclarecer a situação e defender o meu bom nome…”. Como de facto fez após ter sido detido há uma semana pela PJ e onde esteve mais de 48 horas a ser ouvido na defesa do seu bom nome. Fazemos votos de que tenha conseguido limpar a mácula sobre ele tombado.
Quanto a Almeida Henriques, escreve o JN de hoje: “Existem suspeitas de que pode ser Agostinho um testa de ferro ou sócio oculto do autarca.“
Evidentemente que esta história nos parece inverosímil… pois Almeida Henriques é um autarca promissor, que só precisa de tempo para implementar todos os seus pródigos e esplêndidos projectos. Projectos esses pelos quais os viseenses anseiam há meia dúzia de anos, deste homem com ampla visão, um “avant-gardiste” mais futurista que o Almada Negreiros. A sua profunda intervenção em prol das “smart cities” é disso um dos paradigmáticos exemplos.
Talvez exista alguma anacronia entre suas ideias e o tempo em que vivemos. Tempo este avesso ao reconhecimento de quem tem o olhar no infinito, costas voltadas ao passado.
O JN, que voltamos a citar com a devida vénia e incredulidade, refere: “De acordo com informações recolhidas pelo JN, a suspeita de eventual ligação oculta de negócios entre José Simões Agostinho e Almeida Henriques é uma das vertentes da investigação em curso. Essa vertente terá sido, aliás, uma das várias razões pelas quais o inquérito, pendente no Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público do Porto, foi declarado como de excepcional complexidade. O que surge reforçado pelas buscas de que foi alvo o o presidente da Câmara de Viseu, na primeira fase da Operação Éter em Junho passado.
Ao que se sabe, Almeida Henriques irá dar hoje de manhã uma conferência de imprensa onde e decerto dissipará todas estas suspeitas e dúvidas que estão a angustiar profundamente os viseenses, mormente, os seus mais dilectos seguidores.
E mal acabávamos de escrever estas linhas, já o FB da CMV nos esclarecia:
 


COMUNICADO

O Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, foi confrontado esta quinta-feira, 25 de outubro, por uma notícia do Jornal de Notícias, com a associação do seu nome à designada “Operação Éter”. Foi com surpresa, estupefação e profunda indignação que toma conhecimento pela Comunicação Social que o seu nome poderá constar da investigação da Polícia Judiciária, associando-o aos interesses ou atividades do empresário José Agostinho. O Presidente da Câmara Municipal de Viseu não conhece a investigação, nem foi em qualquer momento chamado a depor nem constituído como interveniente no processo. Refuta, assim, com veemência, a pretensa ligação ilícita ao empresário José Agostinho, que lhe é agora imputada por esta notícia, e com quem não tem, nem nunca teve, qualquer relação de sociedade, direta ou indireta. O Presidente da Câmara Municipal de Viseu está disponível, como sempre esteve, para colaborar com as autoridades judiciais no cabal esclarecimento dos factos, esperando e exigindo a defesa do seu bom nome.

Nota: Achamos estranho que Almeida Henriques use este meio, uma página da Câmara Municipal de Viseu. E perguntamos: afinal quem está a ser acusado, o autarca ou a autarquia? Não deveria separar as águas, ou fazendo eco de Luís XIV : “L’État c’est moi!” Será?
Afinal, e perante o Comunicado, não terá sido mais do que uma péssima 5ª feira a colher de surpresa aquele que tão adepto é da comunicação e que afirma “Quem não comunica, não existe!”.
Desta vez nem precisou do Sobrado…
 
 
 

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Publicado em Editorial