Almeida Henriques, o meu concelho é Portugal…

Só assim se pode explicar o afã do viseense edil a aparecer como “opinion maker” em todo o lado onde lhe dão (?) microfone, folha ou camara.

  • 11:07 | Quinta-feira, 15 de Março de 2018
  • Ler em 2 minutos

Até já há quem se questione, decerto preocupado com a saúde deste profícuo político, se terá o tempo necessário para dormir e comer. Ou, mais prosaicamente, o tempo requerido para fazer aquilo para o qual foi eleito pelo PSD Viseu: gerir o município local.

Pois se obra é coisa que se lhe não lobrigue – e provavelmente talvez por isso – muito se consagra a interpelar o Governo pelos fundos comunitários que lhe tardam a chegar às ávidas mãos, imensamente se preocupa nos últimos meses – e bem – com o IP3, assazmente recorre agora, para manter a chama viva e a agenda a vibrar, aos prazos dados para limpeza da floresta, que termina hoje. É curto, todos sabemos. Tal prazo é uma forma do Governo lavar as mãos como Pilatos delegando responsabilidades em outrem, no caso de mais calamidades no âmbito dos incêndios. Porém, num povo brando e mole e num sector que anda ao Deus-dará há décadas, esta premência temporal pode ser o princípio assertivo de um moroso processo de cadastro, limpeza e reciclagem da biomassa obtida. Ou seja, uma profilaxia profícua para muito fogo que por aí lavra…

Para Almeida Henriques, carenciado de causas que lhe dêem palco e holofote, tudo serve e, em boa verdade, vai a todas, agora que chove a potes e as barragens repõem as suas cotas de água. O charivari dos camiões cisterna serviu-lhe de fanfarra mediática para outubro, novembro e dezembro. Perante a evidência meteorológica, esgotado o assunto, há que dar continuidade à justificação para aparecer a fazer de contas que é uma figura nacional. Dará para janeiro, fevereiro, março, pois a sincronia temática parece ser trimestral. Para o restante do ano, já andará o Sobrado à procura…


Provavelmente a psicanálise explicaria esta atitude e recorrência a este comportamento. Contudo, nós os munícipes, em vez de o vermos luzidio, a brilhar no gel e cerúleo no fatinho engomado, quanto mais não gostaríamos de o ver pelo território que o elegeu a fazer tudo aquilo quanto prometeu para uma década que já vai a meio sem nada de substantivo se ver…

Isso sim, era obra, era autarca, era responder a quantos lhe consignaram voto e confiança. Assim, mais se parece a um mero “comentador de bola”, desses semi-desempregados que andam por aí, de bancada, a relatar à segunda-feira os fora-de-jogo, as rasteiras, os penaltis e os árbitros de domingo.

“Partilho a minha participação ontem, na Sic Notícias, a propósito da limpeza dos terrenos. Os nossos territórios precisam de ser cuidados e há muito que os Municípios estão atentos a este tema. O Governo deveria ter tido o cuidado de estabelecer um diálogo mais próximo com os Municípios que conhecem bem os territórios e as suas necessidades. Transferir as suas responsabilidades para as Câmaras não é solução.”

Escreve ele ufano no seu facebook…

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Editorial