Há mais de 20 anos que trabalho em Comunicação e recebo clientes que se dirigem a uma agência criativa quase sempre com a mesma necessidade: ganhar mais.
Longe de ter receitas milagrosas, sei por experiência própria que o mundo do marketing e da comunicação está eriçado de palavreado obscuro para a maioria das pessoas, desde o significado de briefing até ao pixel de retargeting.
E se começássemos pelo início de tudo?
Quando alguém procura uma agência é como quando vamos ao médico e nos queixamos:
– Dói-me aqui…
O “dói-me aqui” de uma organização – empresarial, institucional – pode ser tão variado quanto os ziliões de queixas diferentes que um médico de família ouve diariamente. Pode ser apenas ter uma marca desconhecida que precisa de se afirmar e ganhar notoriedade, ou pode ser algo muito concreto, como a apresentação a investidores de um empreendimento imobiliário que ainda não existe.
E tal como numa consulta médica, numa reunião com uma agência criativa é preciso que o cliente se “queixe” e dê informações sobre o “paciente”. Vamos querer saber coisas como o que faz a empresa, a sua história, em que mercados e segmentos opera, como são os consumidores, os prescritores, os influenciadores, quem decide a compra, quem são os principais concorrentes, o que se pretende exactamente com o trabalho, como se posiciona a empresa e mais algumas coisas.
É muito?
Nesta área não há receitas generalistas. Cada caso é um caso, cada trabalho exige uma resposta única.
– Ah e se for só um site? Isso é simples? E rápido?
Eu perguntar-lhe-ia se um site resolve todas as necessidades de comunicação da sua empresa? Como é que os seus clientes, fornecedores e parceiros vão saber da existência do seu site? Como é que a presença online da sua organização se articula com o seu offline?
A resposta para esta e muitas outras questões é integração.
Nada em comunicação vive e agrega valor sem integração e planeamento. É preciso pensar a estratégia de comunicação da sua empresa antes de fazer peças e acções desconectadas.
Aqui chegados, chegamos ao que interessa: se lhe tentarem vender soluções avulsas de comunicação, fuja.
Alexandra Azambuja
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Já agora, o P perdido do nome desta rubrica é o P de “promotion” do marketing tradicional, a comunicação de que aqui lhe falo. Os outros P são aqueles que já domina – Product, Price, Place. Há ainda novos P no marketing, mas isso agora não interessa nada, como se costuma dizer…