A água do Estado e o vinho do Almeida

  O estimadíssimo autarca Almeida Henriques, provavelmente entre dois copos, um de tinto e outro de branco, uma ode pessoana e um soneto de Bocage, teve ainda o tempo para uma das facetas que melhor o caracterizam: a lamúria. E assim, ao microfone da competente RCI teve o ensejo de se lastimar enxundiosamente acerca da […]

  • 22:03 | Sábado, 02 de Dezembro de 2017
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O estimadíssimo autarca Almeida Henriques, provavelmente entre dois copos, um de tinto e outro de branco, uma ode pessoana e um soneto de Bocage, teve ainda o tempo para uma das facetas que melhor o caracterizam: a lamúria.
E assim, ao microfone da competente RCI teve o ensejo de se lastimar enxundiosamente acerca da água transportada em camiões cisterna, à volta de 70 diários, numa maratona épica para o abastecimento dos munícipes, numa situação que não previra, afirma ele.
E isto apesar de Fernando Ruas ter deixado “à bica” a hipótese projectada da Barragem do Vouga, nas Maeiras, que foi posta na gaveta.
Pela sua boca sequiosa ficámos a saber que esta “seca” já custou ao erário municipal a quantia de 350 mil euros, dos quais o Estado o ressarciu ou ressarcirá, para já, de 175 mil euros.
Almeida Henriques é um autarca diligente e preocupado, porém, para quem tem gasto tantas e tão largas centenas de milhares de euros com vinho, bizarra é esta imputação da calamidade ao generoso “Pai”, esquecendo-se de ser tão assertivo, transparente, claro e objectivo no que concerne às despesas com as festarolices crónicas que, fazem a coroa de glória da sua “governança”.
Aliás, ao fim de quase meia década de mandato autárquico, se hoje tentássemos o académico exercício de lhe apontar uma obra digna desse nome, relevante… não adregaríamos a sair da difusão da bela “pomada” do Dão, pela qual muito gratos estarão para aí 500 beneficiários cidadãos (muitos deles de concelhos circunvizinhos), de um total de 100 mil munícipes do Concelho. Um apreciável “ratio”, convenhamos…
Quanto à água, vital para 100 mil habitantes e com um custo imprevisto de 175 mil euros, que não é a alma e essência do charme, do glamour e das luzinhas a pisca-piscar, essa sim é uma despesa insuportável, não obstante saibamos que o vereador do “Culturismo” já tem aprovado só para a “cultura” (qual Cultura?), para uma parte do seu orçamento cultural, sem incluir a vertente onde ele se exalta e exubera, o Turismo, a quantia de 1.160.000,00, para 2018.
Que Deus lhe valha mais essas vãs tentativas de nos fazer passar por parvos…

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Publicado em Editorial