… Depois de andar um pouco pelo centro histórico de Viseu, num sábado à tarde é a conclusão a que se chega. Aquele espaço está bem decorado. E já não falo dos grafitis que enxameiam paredes, vidros, portas e muros. Refiro-me sim aos traços a amarelo pintados pelo chão e à excessiva quantidade de placas de sinalização vertical, que são a mais expressiva ideia que o autarca-mor actual terá como elemento decorativo pró poluição visual.
Talvez seja esta, afinal, a street art enleada nas raízes renascentistas que escasseiam em Florença…
Este presidente da Câmara, para arranjar argumentos que justifiquem com alguma solidez a sua óbvia ânsia de esburacar o Centro Histórico e adjacências com três parques subterrâneos e em nome do Património da Humanidade a que quer ver guindada a nossa cidade, tentando dar caução nobre a um real aparentemente cínico, a tudo se agarra para lesar os viseenses em detrimento de 200 mil turistas que tardam, os comerciantes em geral que nada veem de positivo, nem já parecem ter quem os represente com fervor, para favorecimento apenas de alguma suposta hotelaria e, ainda para lesar os moradores do omnipresente centro ou casco histórico, que, e provavelmente irá sofrer as maiores agressões, urbanístico-estruturais, quando forem, enfim, esburacados os tais silos de “milhões”.
Tirando isso, veem-se por lá uns possíveis fretes aos “irmãos” do montepio, com a calçada largamente pintada de amarelo, cor que fica bem com o sujo do lajedo e uns mais hipócritas fretes aos grandes amigos cónegos, para quem o estacionamento à borla é às mãos cheias… Talvez numa bipolaridade muito abrangente, da maçonaria à opus dei, pois são todos filhos de Deus.
Terra de sacristães, esta linda cidade de Viseu. Nunca tínhamos tido, que eu me lembre, foi tantos e de uma só assentada. Sua eminência, o cónego-mor do burgo, pagará as mordomias aspergindo-os com a água benta do seu reconhecimento e talvez, lhes deixe provar o vinho de missa, na Quaresma… tudo sob o mesmo pálio, na procissão que se fina em Outubro..