O Compadre Zacarias é um cidadão de ideias peregrinas.
A última, talvez por consulta nocturna das áuspices, foi sobre os previsíveis resultados eleitorais das autárquicas no concelho de Viseu, no próximo outubro, onde, segundo este “mestre da congeminação”, Almeida Henriques ganha as eleições, mas perdendo a maioria e um vereador.
Ou seja, a abstenção dos sociais-democratas que em nada se reveem na política deste autarca – antes pelo contrário dela sendo acerbos críticos – poderá ser considerável. Por outro lado, o PS irá apresentar uma tão fraquinha lista que, também ele, prevê o Compadre Zacarias, perderá um vereador.
“E para onde vão esses dois vereadores?” – questionei-o…
Um para a CDU – se a candidata for a interventiva Filomena Pires e o outro para o BE do qual se espera uma intervenção política mais interessante, com Fernando Figueiredo à cabeça. O último, apesar de tudo, ficaria nas mãos do CDS/PP, se este não trouxer Hélder Amaral — há muito alheado de Viseu — como número 1 da lista.
Este cenário, meramente conjectural e fruto das mirabolantes encenações do Compadre, não é tão tonto como pode parecer a uma primeira vista, pois há muitos viseenses lúcidos e absolutamente conscientes da “praga” que este executivo em funções parece significar para o concelho.
Ademais, a legião de apoiantes/seguidores de Fernando Ruas, que tanto e tão injusta e ferozmente tem sido “torpedeado” pelo seu sucessor, espera a “noite das facas longas” para o ajuste de contas final.
Por seu turno, se dentro do PS escasseiam os apoios a Lúcia Silva-a-Persistente, ninguém ignora que os socialistas, com António Borges na federação distrital, acolitado por Miguel Ginestal, na sua política incoerente, revanchista e de afastamento (não de aproximação), muito tem contribuído para a calamidade-PS hoje existente.
O CDS/PP tem o seu eleitorado conservador garantido, em terras de beatério e conegazia, por essas freguesias fora a fazerem o seu subterrâneo trabalho de sacristia.
Ainda não é conhecida a lista da CDU. E aqui pode residir a diferença, com uma candidata como Filomena Pires e o seu “background”, que muito e bem tem provado a sua “fibra” e o conhecimento profundo dos dossiers camarários.
Também do académico Fernando Figueiredo se espera uma nova praxis política, um arejamento de actuação.
Desta forma e neste cenário, Almeida Henriques perderia a maioria confortável que lhe tem permitido o “regabofe” autárquico e o descalabro de acção, pondo fim a todas as polémicas que ele quase quotidianamente tira da cartola, a propósito de tudo e de nada, meramente ofuscado e empenhado na sua promoção pessoal.
O Compadre Zacarias não é muito tolo, pois não?