O Professor Doutor Carlos Garcia lançou as primeiras sementes que germinaram e deram bons frutos, ao longo de quase três décadas. Graças a todos vós, a AP consolidou-se, cresce e gerará novas sementeiras. É imperioso fertilizar, regar e cuidar, potenciando um ciclo virtuoso, baseado em dois pilares: sustentabilidade e inovação.
Os novos órgãos sociais, que iniciaram as suas funções no dia 04 de janeiro de 2017, agradecem a confiança que os associados demonstraram ao elegerem-nos para um desafio que abraçamos com motivação e dedicação durante os próximos quatro anos.
Tanto os associados e colaboradores como os voluntários, que nos dedicam o seu tempo, são imprescindíveis para este projeto que queremos desenvolver em todo o território nacional e ilhas, através das delegações, núcleos, gabinetes, parceiros locais, prestação de serviços (Centros de Dia, Serviços de Apoio Domiciliário, Casa do Alecrim), projetos (Cuidar Melhor, Café Memória, Memo nas Escolas…), áreas da Formação e da Comunicação.
Apelamos ao apoio e à colaboração de todos. Juntos conseguiremos chegar mais longe e a mais pessoas. Convidem os vossos familiares e amigos a associarem-se a esta causa. Por apenas 1,60€ por mês (20,00€ por ano) podem ser nossos associados, beneficiar de múltiplas vantagens e ajudar a AP.
Estamos convictos de que o que fazemos hoje, entre todos, será importante no dia de amanhã. Convosco, ao nosso lado, continuamos a preparar o futuro e a apoiar cada vez mais famílias afetadas por uma doença, considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2012) como um problema de Saúde Pública.
Enquanto sonhamos com um futuro sem Alzheimer (felizmente, não está provado que a doença seja invencível), trabalhamos com o objetivo de “normalizar” a vida das pessoas com Alzheimer ou com outra forma de demência, minimizando o estigma e potenciando as oportunidades de saúde, segurança, participação e aprendizagem ao longo da vida. A “normalização” – conceito desenvolvido por Bank-Mikkelsen; Bengt Nirje e Wolfensberger – permite combater a vivência do estigma, valorizar todas as necessidades de cada pessoa, respeitando a sua individualidade, e fazer valer os seus direitos.
A doença de Alzheimer e outras demências constituem um dos grandes desafios do século XXI no que concerne à investigação científica, aos cuidados de saúde e ao apoio social. De acordo com o Relatório Anual da Alzheimer´s Disease International, o número de pessoas afetadas triplicará nos próximos 30 anos, devido ao aumento da esperança de vida e à falta de tratamentos. Uma ameaça global que deve merecer a atenção dos governos e responsáveis políticos.
É com enorme sentido de responsabilidade que a AP é membro efetivo da Alzheimer Europe, entidade que congrega associações de Alzheimer de mais de 30 países europeus, e que lidera o movimento europeu sobre as demências. Este tem como prioridade o reconhecimento das demências como prioridade europeia de saúde pública bem como a criação de políticas, planos ou estratégias nacionais que apostem na investigação para a prevenção, diagnóstico e tratamento farmacológico e / ou não farmacológico, na criação e implementação de prestação de cuidados especializados e na promoção dos direitos das pessoas com demência e seus cuidadores.
A criação de um Plano Nacional para as Demências é também uma prioridade para a Alzheimer Portugal. Neste sentido tem trabalhado ao longo dos anos com muita resiliência, acreditando que o seu esforço venha a dar frutos no futuro próximo.
Para já um sinal positivo: em 2017 terá lugar, em setembro, na cidade de Lisboa, a Cimeira Mundial de Alzheimer.
José Carreira
Presidente da Direção Nacional da Alzheimer Portugal