O folhetim António Domingues parece uma telenovela paquistanesa…
Já todos andamos fartos de ouvir sobre as peripécias do dito cujo, que se deve julgar um cidadão acima de tudo, de todos e das leis, em geral.
Não faço ideia de quem o indicou para a CGD. Não imagino quais os imprescindíveis pergaminhos que ostenta. Não concebo que seja alvo de tantas polémicas.
É um cidadão igual aos outros em direitos e deveres. Terá a mais muitos anos de traquejo bancário? Isso já foi medalha para ostentar na lapela porque, ninguém o ignora, da classe dos banqueiros têm saído, em Portugal e no mundo, os maiores escroques da humanidade. Gente que, ao abrigo de invioláveis e invocáveis sigilos, fez da banca uma caverna de Ali-Bábá e seus 40 ladrões.
António Domingues é uma prima dona insubstituível? Parece que não pois já foram buscar ao PSD o Miguel Macedo. Tem o direito de recusar declarações de rendimentos? Terá. Porém, excelente era saber-se porquê…
A Autoridade Tributária, a nível de seus decisores máximos, já deveria ter auditado o homem até ao esqueleto. Talvez assim se descobrisse o que esconde ou não esconde. Ou terá a Autoridade Tributária medo?
Certo é que estes “fabianos” da banca nunca deveriam usufruir de tanta imunidade e impunidade, muitas vezes anuída pela entidade reguladora Banco de Portugal, dando azo a questionarmo-nos se será tudo farinha do mesmo saco… Hoje eu, amanhã tu.
Depois de roubos e prejuízos de milhares de milhões de euros, a banca deixou de ser uma vaca sagrada, sendo mais das vezes uma prostituta de vão da escada, a vender-se a quem mais paga, pagando no final, todos os favores, facilidades e favorecimentos, o contribuinte português.
António Domingues será um homem sério. Nada terá a temer. Então para que anda sempre nestes mostro-não-mostro que não o dignifica – com todo o direito à sua privacidade – mas também não abona do sistema nem de quem o nomeou…