Foi uma mensagem de positividade e de estímulo, a do presidente da República aos portugueses no primeiro dia do ano de 2017.
Num acto elocutório simples, claro e expressivo, sem a monocordia sonolenta do seu antecessor, usando uma retórica muito bem construída, Marcelo Rebelo de Sousa deixou uma palavra de esperança e de apelo à união na sua intervenção.
De seguida, ouviram-se os porta-vozes comentadores dos partidos políticos. Onde uns ouviram graça outros escutaram desgraça… Claro. Faz parte do “charivari”.
Pelo PS, o interveniente, Porfírio Silva – de quem nunca tínhamos ouvido falar – num discurso fluido, muito lúcido, congratulou-se com as palavras do presidente.
O PCP apresentou-se com a monotonia da cassete milhentas vezes ouvida, pela voz do viseense Manuel Rodrigues. Não havia necessidade…
O PSD trouxe ao comentário um Matos Correia inteligente, mas sem esconder o ainda persistente insublimado ressabiamento, que não conseguem alijar, as hostes “laranja”.
Depois veio um moço do CDS-PP, Nuno Melo, muito confuso e tartamudo, com uma oratória superficial, da qual nem se chegou a perceber o fundo, toada num ar de rufião da Ribeira, zangado e no achincalhamento gratuito. O seu comentário teve o efeito de boomerang…
Por fim, Pedro Soares, do BE, numa intervenção cinzenta e pouco exuberante, não deixou de se mostrar cautelosamente agradado com as palavras de Marcelo.
Curiosamente, dos partidos vieram comentadores de 2ª linha, para não dizer mesmo da rectaguarda, numa estratégia de não exposição dos seus líderes e figuras de proa.
O que fica? Ficam as palavras do presidente de Portugal, a sua consistência e a sua inteligente sensatez.
O resto, em redor, meros ruídos, por vezes psitacistas e cacofónicos, que nem chegam a ser substantivos nem incómodos, numa dualidade normal de focalização entre o governo e seus apoiantes e a pífia e irada oposição.