David Dinis é uma jovem estrela do lusíada jornalismo com luminescência assegurada pela plataforma digital “Observador”, de onde passou célere e efémero pela TSF.
Agora pontifica no quotidiano de Belmiro de Azevedo, “Público”, com uma “tiragem média em Setembro de 33.068 exemplares”, como anuncia na sua ficha técnica, como também ela nos diz que no Conselho de Administração exerce António Lobo Xavier, um patriarca do CDS, actualmente, também, conselheiro de Estado nomeado por Marcelo Rebelo de Sousa. O que citamos por mera casualidade e respeito.
No “Público” de hoje, que se lê à mesa de café quando não está ocupado, numa entrevista a Passos Coelho, com cinco páginas e chamada de capa, David Dinis e São José Almeida, dão azo à quase eternamente ressabiada congestão eleitoral do ex-primeiro ministro da coligação PàF, prometendo-nos ser esta apenas a primeira parte da coisa. Sim, a dobrar, porque se calhar num único número, daria demasiadamente nas vistas.
Passos Coelho, nos seus angustiados desabafos, usando um discurso de pessimismo, sofrimento e inconformismo, entre outros, verbaliza eloquentemente sobre o estado da Nação com vocábulos deste peso e teor:
Desconfiança
Mau
Paralisar
Embuste
Emergência
Sobrevivência
Redução
Restrição
Recessão
Austeridade
Penalizador
Dívida
Reduzir
Congelar
Mínimos
Penumbras
Rejeitada
Problema
Decência
Prejudicou
Problema
Desastroso
Incorrectamente
Consequências
Propaganda
Liquidado
Terra queimada
Comprimir
Caótica
Condicionalmente
Liquidação
Ameaças
Fanfarronice
Execução
Queda
Dívida
Cativação
Estonteante
Violência
Grosseira
Crítica
Desastre
Lutar
Mau
Reduzir
Difícil
Excluir
(…)
Alguns deles duas e três vezes obsessivamente repetidos.
Percebemos por esta análise de mera e básica carga semântica, que nada de positivo se pode esperar deste líder da oposição laranja.
A dor excruciante que não consegue sublimar tolda-lhe a visão, reprimida ainda na cegueira pelo muito fel exalado do estômago descomposto.
Nada nesta entrevista é positivo, senão os encómios ao seu passado governo. Esse sim, é que foi bom. Esse, sim, é que ia pôr Portugal na senda do futuro e os portugueses na Via Láctea da prosperidade.
Pena foi que dos 11 milhões de cidadãos, apenas um milhar de ricos… mais ricos ficassem… o que é “escassamente escasso”!
De facto e à laia de conclusão, ao lermos a coisa percebemos, naquele papel pardo de jornal quotidiano, o muito que todos nós perdemos…
*As expressões são do entrevistado