PLANO DE AÇÃO PARA A DEMÊNCIA
Ao ver o marido pensa que é um ladrão, o mesmo que lhe terá roubado os objetos que escondeu algures, no dia anterior, mas já não se lembra. Quando o neto a visita e lhe pergunta por que razão tem a blusa vestida por cima do casaco, reponde-lhe com outra pergunta: “Quem é […]
Ao ver o marido pensa que é um ladrão, o mesmo que lhe terá roubado os objetos que escondeu algures, no dia anterior, mas já não se lembra.
Quando o neto a visita e lhe pergunta por que razão tem a blusa vestida por cima do casaco, reponde-lhe com outra pergunta: “Quem é este garoto?”. Eis os primeiros sinais da dura e irreversível realidade de um doente de Alzheimer e outras demências.
Os principais problemas dos doentes de Alzheimer, nos estádios iniciais da doença, podem passar por esquecimentos inocentes, não reconhecer os seus familiares, esquecer datas importantes, desorientação espacial…
Uma menina nova-iorquina, de 12 anos, Emma Yang, criou a APP Timeless – Eterno – para comunicar com a avó, habitante de Hong Kong, que sofre com a doença de Alzheimer. A aplicação tem duas ferramentas principais. Tem a função Atualizações que ajuda os pacientes a ver o que fazem os seus entes queridos. Os familiares podem enviar fotografias das suas atividades, através do Eterno e a aplicação usa a identificação facial para etiquetar os rostos e permitir ao utilizador reconhecer quem são. Com a câmara do telemóvel, através da fotografia da pessoa e com a utilização da APP, realiza-se um reconhecendo facial. Nesse momento, a aplicação dirá ao paciente o nome da pessoa e a sua relação com ela.
A Alzheimer Portugal e a agência internacional BBDO produziram, em parceria, o vídeo “O Primeiro Encontro” que pretende alertar a população de todo o mundo para a a forma mais comum da demência, a doença de Alzheimer. O principal objetivo passa por chamar a atenção para as dificuldades pelas quais passam os cuidadores e familiares de pessoas com a doença de Alzheimer.
Dois bons exemplos que fazem jus à máxima “a necessidade aguça o engenho”.
Faço votos para que se cruzem, no nosso país, o engenho e a arte para que seja criado e implementado um Plano Nacional para as Demência (PND). PND que mais do que uma necessidade é uma urgência, atendendo à incidência e prevalência crescentes nos últimos anos e que, de acordo com a Alzheimer Portugal, deverá contemplar: I – Melhoria da qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores; II – Investigação; III – Mobilização para o envolvimento da população.
É absolutamente determinante que seja desenhado um plano estratégico que permita criar mais e melhores condições de vida para os doentes, cuidadores e familiares.
Foi dado, na senda internacional, um passo importante pela Direção Executiva da Organização Mundial de Saúde (OMS), no passado mês de Junho, ao adoptar uma proposta para desenvolver um Plano de Ação Global para as Demências.
“Um Plano de Ação Global da OMS apelará a um maior empenho por parte dos governos de todo o mundo para desenvolver e melhorar os planos nacionais para as demências, para melhorar os cuidados e apoio às pessoas com demência.” (Alzheimer Disease International)