Não há Festa como esta!

Hoje, mais uma vez, rumo à Atalaia. Falta pouco mais de uma semana para o sonho ganhar forma.

  • 23:33 | Quarta-feira, 24 de Agosto de 2016
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Poderá o leitor dizer-me onde encontrar um espaço de diversão e cultura, desporto e política, gastronomia e identidade regional, o país e o mundo, pagando apenas 23,00 euros por três dias de participação?

Onde é possível usufruir de um ambiente único de fraternidade e solidariedade, espantosa convivência de gerações, gozar o prazer de participar sempre banhado por um sentimento de segurança compatível com os milhares de pessoas que nos cercam, em iniciativas que não se encontram em qualquer outro lugar?

Era ainda mera simpatizante da CDU quando o convite surgiu para fazer parte de um coletivo extraordinário construtor de um acontecimento sem paralelo em Portugal: a Festa do Avante! Aceitei o desafio de chegar antes da abertura, de disponibilizar o tempo e a capacidade de trabalho. Senti a camaradagem, a alegria, a convicção de que um outro mundo era possível, mais justo, mais igualitário, onde a Humanidade é a prioridade. Espantei-me com o entusiasmo de quantos “perdiam” as férias ganhando o orgulho de ser construtores da Festa. Irmanei-me neste sentir de que não mais pude abdicar. Ajudei a construir a estrutura de tubo, transportei placas de madeira, descasquei batatas e alhos, cebolas, contribuí para pensar o espaço de Viseu na cidade dos sonhos, pintei metros de parede, servi inúmeras refeições, animei o iniciativas culturais e debates, fui ao teatro, aplaudi provas desportivas, dancei a Carvalhesa como se não houvesse amanhã, convivi com gente de todo o país e mesmo do mundo. A quinta da Atalaia deu-me momentos inesquecíveis de convivência e existência, de esperança e crença no futuro.


Dirão que é a militante que fala. Um argumento insuficiente para justificar a energia infindável que sente quem põe de parte o preconceito, quem concretiza o desejo da curiosidade de ver como é e ruma ao Seixal para usufruir de uma festa que não é apenas mais um festival.

Todos os anos tem crescido o número de visitantes, o que levou à necessidade de alargar o espaço onde decorre a Festa. Com a contribuição de muitos membros do PCP e da JCP, de muitos amigos, alarga-se este ano a área no ano em que a Festa faz 40 anos e celebra mais uma vez a liberdade concretizada na Constituição da República. Estão a ser criadas avenidas onde passarão muitos e muitos milhares de pessoas, edificadas condições que garantam uma Festa ainda maior, mais bonita e melhor para todos.

O meu espanto redobra cada vez mais. Divulgada na comunicação social ao sabor dos interesses de quem vê o PCP com o olhar reservado de quem não o conhece, com o preconceito nutrido de fascismo e clandestinidade, com a consciência e receio de saber que a coragem e a coerência ideológicas são traços inegáveis dos comunistas, a Festa passa por ser um evento para militantes. Nada mais errado. São milhares e milhares de pessoas que se deslocam de todo o país para assistir a concertos, debates, cinema, usufruir do espaço ciência ou desporto, simplesmente estar e conviver, cantar as músicas da esperança que clamam paz, educação, saúde e educação para todos os portugueses. Aprende-se aqui mais sobre a história recente de Portugal que em muitas aulas de História (sem pôr em causa o profissionalismo dos docentes mas porque a história contada na primeira pessoa ganha outra realidade).

Hoje, mais uma vez, rumo à Atalaia. Falta pouco mais de uma semana para o sonho ganhar forma. Com verde água, formas significativas e palavras de ordem, vamos decorar o pavilhão de Viseu. Aceita libertar-se de preconceitos e provar um Terras do Demo no espaço de Viseu a 2, 3 ou 4 de Setembro?

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Publicado em Opinião