Não venham cá com histórias, qualquer sanção económica só pode ser um acto retaliativo e revanchista perante a superioridade incontestável do futebol lusitano face a todas as grandes equipas europeias. Ponto final.
Não sou muito entendido em matéria de “bola”, mas integrei-me perfeitamente nos muitos milhões de portugueses que assistiram pela televisão à final europeia e, apesar de estar sozinho numa fresca e soturna sala, aqueci, dei chutos no ar, levantei-me 32 vezes da poltrona, vociferei, disse umas barbaridades que ninguém ouviu e pus-me aos saltos e a berrar quando aquele moço guineense, o Éder (?) furou fundo as redes gaulesas.
Ou seja, patriotismo não nos falta. Motivos de orgulho, tão pouco e, apesar da possível derrota ter plausível justificação desde que o nosso número 7 foi lesionado, a “desgraça” uniu a equipa, Marcelo fez figas com as duas mãos, a fé salvou-nos e a Sª de Fátima torceu por nós. Mission accomplie!
O selvagem agressor, um Mayet, Payet, Noyet, sei lá eu, com um aspecto australopitético e de patibular homem das cavernas estava a fazer o seu malévolo papel: eliminar o expoente máximo da perigosidade antagónica. Fez o seu trabalho de verdugo bem feito, aos 30 minutos da partida. Não conseguiu foi eliminar os outros e, ademais, os gauleses subestimaram os menos mediáticos mas, porém, letalmente eficazes. Têm agora tempo para ler “A Arte da Guerra”, do Sun Tzu, no seu capítulo sobre estratégia marcial.
Para todos nós foi um enorme motivo de orgulho e de satisfação. Andávamos mesmo a precisar de um momento assim, capaz de arrebitar a nossa auto-estima e de estimular o pátrio afecto. Muito mais, depois do escárnio, da risota e da chacota que alguns alarves gauleses de 3ª (atenção que eu sou francófilo assumido!), sordidamente boçais, infligiram à selecção nacional, ao seu treinador e, em suma, aos adeptos portugueses em geral, através dos mass media hexagonais.
Lindo… aquele mar de gente em vermelho e verde, no estádio de Marselha… aqueles milhares de emigrantes da 2ª e 3ª geração a ostentarem a raiz profunda de orgulho na sua avara e recôndita pátria. A “bola” uniu-nos a todos num gigantesco abraço.
Agora, sanções não. Isso era um balde de água fria e uma vingançazinha manhosa, logo agora que temos um tão popular presidente da República, um tão socialmente preocupado Iº ministro, uma selecção tão vitoriosamente campeã e um “tuga” chairman da Goldman Sachs… Era o que faltava!
Sanções só depois das da França, ouviu monsiú Junker?