Soubemos por quem tem voz, a usa e o faz com a pertinência de quem “estuda a lição”, Filomena Pires, da CDU, que a Câmara Municipal de Viseu tem ao seu serviço “234 trabalhadores precários constantes do mapa de pessoal” dos quais “228 são assistentes operacionais contratados a termo.”
O que não obsta nem impede, agora que marchamos em passo de corrida para as autárquicas de 2017, que o executivo tenha apresentado a “proposta de contratação de 17 quadros superiores, incluindo técnicos de marketing, de comunicação social, etc.”
É estranha, esta dualidade. Vulgarmente previsível e banal é a necessidade imperiosa de técnicos de marketing.
Podíamos ir à Wikipédia buscar 100 definições de marketing. Deixamos uma…
“Marketing é a ciência social que visa potencializar objectivos institucionais e comerciais através de planos estratégicos e tácticas, com base nos stakeholders em questão (todos envolvidos).” Ciência social – envolve pessoas, portanto não bastam apenas a lógica e os números, o bom senso, a intuição e a criatividade devem sempre ser levados em conta. Potencializar objectivos – aumentar as possibilidades, ir além dos resultados esperados no relacionamento individual (one to one), conseguir maior amplitude de acção e reacção. Institucionais – melhorar e/ou ampliar a imagem. Comerciais – aumentar as transacções financeiras. Planos estratégicos e tácticas – Teoria e prática – Estudo e execução – Visão e acção. Stakeholders – Cadeia de valor.
Isto clarificado, percebemos melhor os intuitos deste executivo. Melhorar e vender. Vender a imagem, que e pelos vistos andará por esconsas ruas de amargura. A não ser que seja para vender vinhos…
Mas carece também de quadros superiores em comunicação social. Embora já tenha quantos baste, esta equipa, já todos o percebemos, aposta forte em dizer que faz, mais do que em fazer.
É pois coerente com as suas carências estruturais de mão-de-obra qualificada.
Quando soubermos quem são saberemos porque o são…
Isto para evitar a expressão usada pela Filomena de “contratação de boys para reforçar o seu poderoso e caro aparelho de propaganda.”
Achamos excelente a criação de emprego do qual Viseu tão carenciado está. Mas… tal não deveria acontecer apenas depois de resolverem os problemas dos 234 trabalhadores precários?
E já agora, o leitor que está desempregado ou tem uma filha ou um filho no desemprego viu os anúncios de abertura? E concorreu?