Comecei hoje a semana, ainda antes das 08 a tentar fazer uma operação bancária numa caixa multibanco. Não consegui. A máquina não aceitava um “parco” depósito em numerário. Dirigi-me a outra agência da mesma instituição. Idêntico resultado. Não houve duas com três. Desisti.
Há em Viseu agências bancárias com as máquinas constantemente disfuncionais. Naturalmente por falta de manutenção. O que é tanto mais grave quanto o número de funcionários em atendimento aos balcões tem vindo a reduzir-se por “dispensas” sucessivas, assim como o número de agências tem vindo paulatinamente a fechar. O que degenera num pesadelo quando temos que nos dirigir a um balcão entupido com longas bichas, a começarem cá fora, como é o caso, noutros serviços, por exemplo a Autoridade Tributária (eufemismo bonitinho de Finanças), onde até para sermos esportulados dos magros haveres temos que perder uma manhã ou uma tarde. O “tuga” é masoquista…
Pagamos nós todos, os utentes, os muitos anos de gestões danosas, de acrobacias económicas, de desmandos financeiros, de remunerações multimilionárias de uma cáfila de invertebrados de 3ª categoria.
Hoje, a banca é o inimigo público número 1 de todos os portugueses que têm pago milhares de milhões de euros para colmatar os buracos cronicamente escancarados pelas suas catastróficas administrações.
E isto porque, ou as administrações são familiares e dinásticas, prenhes de danosos vícios ou são de nomeação política, lá enfiadas, não para gerirem com rigor, seriedade e boas práticas, mas para fazerem os lesivos fretes aos “nomeadores” e arrearem de benesses os “afilhados”.
Num caso e noutro não precisamos de apontar nomes. Todos os conhecem e ninguém ignora que apesar das enormíssimas calamidades financeiras infligidas a Portugal e aos portugueses a sua impunidade é total, tirando o caso, por demais evidente para ser branqueado, do boss do “banco laranja”, para quem o ministério público pede 16 anos de prisão, alegando a sua escandalizada defesa que tal pena é uma inaudita violência…
Por falar em comissários políticos e outros que tal, o governo actual, no caso de Viseu tem sido muito comedido e amistoso, não tendo pressa alguma em substituir os comissários laranja que ainda por aí pululam em quase todos os serviços.
E se há um ou outro digno do cargo que ocupa (toda a floresta contaminada tem uma árvore imune) flutua por aí uma “cambulhada” que junta à falta de competência a capacidade de agir consciente e deliberadamente de forma estranha, plurívoca e, na maioria dos casos, sem fazer a mínima ideia dos conteúdos funcionais dos cargos para os quais foram amigavelmente nomeados.
Mas isso, naturalmente, não é culpa deles. A culpa é integralmente do figurante “pardo” que está por detrás de todas essas obtusas nomeações, fundadas, certificadas e baseadas no esconso critério do amiguismo politiqueiro, sem olhar a competência, mérito, saber ou perfil.
Gentinha a prazo, tão a prazo como fora de prazo de validade está quem para os “tachos” os indicou, a esses “boys” que e no fundo são como as máquinas multibanco por aí espalhadas: funcionam e mal dois dias por semana. E os dois dias em que funcionam bem, são sábados e domingos…
A vergonha de quem os nomeou — que não a terá.
A vergonha dos nomeados – que se a tivessem, cientes das suas amplas limitações não teriam aceitado os lugares pelos quais tanto correram, sem qualquer merecimento senão as maratonas das “jotas”, um parente amigo ou uma seita comum.
A vergonha de um novo Governo que mantém há quase 10 meses tipos pouco classificados (os “mal parados”, como diz o Compadre Zacarias) talvez por carência de matéria-prima, ou complacentemente para poupar os “inimigos”, às mãos dos quais, em breve “morrerá”.
Manutenção nas caixas multibanco e manutenção nos comissários seria um acto de higienização e funcionalização de serviços públicos que os utentes muito agradeceriam, mas evitando o mau exemplo daquele que foi “familiarmente” e de mansinho nomeado para Tondela, gerando na altura um tsunami de bruáá, mas tendo-se duas semanas depois assistido à resignação dos contestatários, cedo “conformados”, tornando-se a vaga num marulho de espuma à areia cálida dada.