De um leitor atento, como comentário a um editorial publicado, recebemos o texto que segue:
Por seu lado o Presidente da CMV não surpreende e continua a mostrar desnorte!
“Uma das intervenções mais espetaculares está a ser estudada para uma das fachadas do “Prédio da Caixa”, edifício “mal-amado” na cidade, sede distrital da Segurança Social. Agostino Iacurci deverá ser o autor do projeto, confirmando-se a sua viabilidade técnica (pintura mural numa das fachadas do edifício).”
O Arquiteto Amoroso Lopes vai dar dez voltas na tumba!
Não nos esqueçamos que o projetista do “Mamarracho” (como lhe chamam os ignorantes que não sabem que Viseu tem, neste prédio, um exemplar extraordinário da Arquitetura) é o mesmo Homem que estudou, definiu os limites e garantiu a preservação do Centro Histórico de Viseu.
Por favor, unamo-nos contra este atentado!
Unirmo-nos contra os atentados deste Executivo camarário é quase vã inutilidade. Há três vereadores do PS que engolem quase toda a açorda que lhes é servida e um do CDS/PP que nada risca, pois aparentemente mudou de fileira. No fundo, quatro elementos que não fazem aquilo para o qual foram eleitos: escrutinar os actos do executivo, apoiá-lo e/ou combatê-lo, quando disso for caso.
O presidente da autarquia viseense, após o ano em “estado de graça” inicial, no qual lhe foram dados todos os possíveis benefícios de dúvida, tem mostrado à saciedade que não tem para dar a Viseu, nem coerência nem coesão de um projecto de gestão autárquica, bem definido no tempo e no espaço.
Bem pelo contrário, este “autarca-holofote”, ou “autarca-eucalipto”, quando não anda em “pontas” como um dançarino de ballet, mostrando-se mediaticamente por tudo que é palco, visando alcançar o seu anseio de “liderar o Centro”, anda a “cooptar” para o seu território, projectos e ideias de autarcas vizinhos. Desde os vinhos, à guitarra clássica, passando pela tentativa de “subtrair” a sede da CIM Viseu Dão Lafões ao seu colega de Tondela, os exemplos estão por aí.
A falta desta linha de rumo ou “desnorte”, como lhe chama, é atabalhoadamente “compensada” – pensa ele – por ideias avulsas, pouco substantivadas, algumas apenas para fazer agenda, quase todas para esturricar a herança de Ruas.
Por isso, estimado leitor, nada nos admira que e dentro da linha do “estragar” – muitas vezes por mera incultura e ignorância – decida agora fazer umas “brincadeiras” no “prédio da Caixa”, como todos nós aprendemos a chamá-lo. Sabe, tem uma vantagem… é grande, uma espécie de tela gigantesca que tem muito por onde “pintar”. Vai sair dali, talvez, uma mega agressão sensorial (ou poluição) visual… A ver vamos.
A ignorância não é uma ousadia, é atrevimento e despudor. Até podemos pensar que AH tem a melhor das intenções, porém falta-lhe o básico, um background cultural que lhe dê o ensejo de não “asneirar” tão adredemente e tão recorrentemente. Ademais, é tão mais estranho, quanto se vai sucessivamente adornando de uma corte – quase imperial pela desmesura – de conselheiros supostamente estribados nos mais altos pergaminhos e reconhecido saber.
Será? Ou tudo não passa do tal charivari estrambólico que tem na fífia o tom harmónico que os surdos tanto apreciam?
E não lhe demos ideias, senão, ainda vai buscar a Joana Vasconcelos para alindar com berloques o Viriato, ou, porque não?, enfeitar com rendas, tafetás, pérolas de plástico e grinaldas artificiais o Centro Histórico de Viseu?
Viseu Mais é isto? Também nunca especificaram a abrangência deste “mais”, sejamos justos… Talvez, afinal, quisessem escrever e ter-lhes-á faltado o papel: Viseu Mais Asneira.
Assim, muito se gabando de no relatório de avaliação do Portugal City Brand, ser classificada como a cidade do distrito de Viseu mais “prendada”, seguindo-se-lhe Lamego (esturricadinha de dívidas!) e Mangualde (a recuperar de uma triste herança), se esqueça de referir que das 20 capitais portuguesas de distrito, no ranking global, foi relegada para… 15º lugar. Porque será? Ter-se-ão decerto enganado!